Um adolescente esteve internado por dois meses devido a um “grave vício” em ‘Fortnite‘, na província de Castellón, na Espanha. De acordo com informações dos principais jornais do país, o menor de idade teve que ser hospitalizado em um centro médico após apresentar fortes sintomas de vício no battle royale de grande sucesso da Epic Games.
A equipe médica do Hospital da Província de Castellón, da Universidade Jaume I e do Hospital Geral Universitário – que cuidou do paciente, publicou um estudo sobre o caso na Revista de Psiquiatria Infanto-Juvenil. Conforme análise feita, o jovem (que não teve a identidade ou idade revelada), apresentava “vários sintomas de dependência e mudanças de comportamento, começando a se isolar, rejeitar qualquer interação social, demonstrar pouco interesse em outras atividades, adotar uma postura de teimosia e persistência, mudar seu ritmo de sono e outras situações”.
Todos os sintomas foram relatados pelos próprios pais do menor de idade durante todo o estudo, que considera “os graves problemas comportamentais vindos em decorrência do abuso do jogo ‘Fortnite'”. A situação de dependência ficou pior quando o adolescente começou a demonstrar alterações em atividades básicas do dia a dia, como de higiene e no ritmo de sono. Todos os fatores somados levaram a família, então, a interná-lo no hospital para que pudesse receber o tratamento adequado.
A situação foi registrada pelos profissionais de saúde como o primeiro caso clínico de vício em ‘Fortnite’ e por vício em jogos no mundo.
Do gatilho ao tratamento contra o vício
Ainda conforme relatos da equipe médica, o adolescente começou a ficar viciado após a morte de um familiar. Como forma de enfrentar o luto, o jovem passou a utilizar o ‘Fortnite’ como válvula de escape. Para o estudo publicado, os familiares relataram que a vítima tinha um ótimo desempenho escolar, mas desde o início de 2021 “passou a faltar às aulas por conta do vício”. Ele chegou a, inclusive, ser trocado de turma.
O tratamento contra o vício durou dois meses. A equipe do hospital adotou a chamada “abordagem multidisciplinar” como procedimento de cura. Assim, foram utilizadas estratégias de intervenção como desenvolvimento de habilidades pessoais, estabelecimentos de orientações diárias, gestão de contingências e reestruturação cognitiva.
O pai e a mãe do rapaz também fizeram parte do tratamento que tinha um objetivo considerado simples: fazer com que o adolescente fosse capaz de reconhecer o mal que o jogo estava fazendo durante a rotina.
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Os resultados do tratamento, felizmente, surtiram efeitos e mostraram uma redução significativa no tempo exposto à tela do jogo, e de tecnologia num geral, além de uma melhora no funcionamento pessoal e social do adolescente. Atualmente, o jovem vem sendo tratado no Hospital Del Día para prevenir recaídas e permitir que ele possa voltar de forma progressiva aos estudos. O rapaz também tem praticado atividades para melhorar o equilíbrio emocional e as competências de comunicação em grupo.
‘Fortnite’ é capaz de viciar alguém?
Sim. Ainda de acordo com o estudo, o battle royale tem dois aspectos importantes que podem causar vícios nos jogadores, principalmente os que são menores de idade: prazos para conquistar os objetivos das temporadas e as lives ao vivo de gameplay do jogo. A fim de evitar o vício, médicos recomendam restringir o uso dos dispositivos utilizados para jogar, além de implementar uma fiscalização do tempo de tela de crianças e adolescentes com limites definidos.
Outra medida importante é a de incentivar a prática de “outras atividades prazerosas”, como o convívio familiar e tarefas em grupo.
‘Fortnite‘ está disponível gratuitamente para PC, Xbox One e Series X/S, PlayStation 4 (PS4) e 5 (PS5), Nintendo Switch e smartphones (iOS e Android).
Fonte: El País e La Información
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