Que os exercícios físicos são benéficos em diversos aspectos, todo ser humano já sabe, ou pelo menos imagina. Mas pesquisadores descobriram que as atividades físicas podem ser uma peça fundamental para pessoas que sofrem com problemas do sono, como apneia, além de também melhorar as funções cerebrais.

Estimativas apontam que a apneia obstrutiva do sono afeta cerca de 9% a 38% dos adultos dos Estados Unidos, mas a grande parte dos casos não são diagnosticados. O quadro também é mais comum em homens, do que em mulheres, além de atingir entre 40% e 80% das pessoas com doenças cardiovasculares.

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Mulheres fazendo exercícios físicos
Exercícios físicos podem melhorar problemas do sono. Imagem: Drazen Zigic/Shutterstock

A apneia do sono é um distúrbio que pode gerar ronco alto e interrupção da respiração, podendo causar doenças cardíacas, derrame e declínio cognitivo. Normalmente, o problema é tratado com pressão positiva contínua nas vias aéreas. Outro tratamento comum é o CPAP, uma máquina que empurra o ar através de uma máscara para as vias aéreas para mantê-la aberta enquanto a pessoa dorme.

Acredita-se que a apneia também provoque uma diminuição no metabolismo da glicose no cérebro, ou na capacidade do cérebro de carregar e usar a glicose de maneira adequada, sua principal fonte de combustível, o que pode prejudicar a função cognitiva.

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No entanto, a professora associada da Escola de Artes, Ciências e Humanidades da Universidade de São Paulo (USP), Linda Massako Ueno-Pardi, afirmou que os exercícios físicos podem ser tratamento não farmacológico atraente e complementar para os pacientes.

Durante a pesquisa, 47 brasileiros adultos foram separados em dois grupos distintos. Um dos grupos seguiu uma série de exercícios que envolviam aquecimento, aeróbico, fortalecimento muscular e resfriamento, enquanto o outro não mudou a rotina.

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Após seis meses, o grupo que realizou exercícios físicos demonstrou um aumento na capacidade de o cérebro utilizar a glicose, reduções dos sintomas da apneia, aumento da capacidade cognitiva e uma melhora de 32% na atenção e funções executivas. O segundo grupo, porém, apresentou apenas um declínio no metabolismo da glicose no cérebro.

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“Nossos tratamentos atuais envolvem em grande parte empurrar o ar para baixo das vias respiratórias das pessoas, o que é ótimo, e funciona. Mas é um instrumento meio contundente. O treinamento físico é uma opção que pode adicionar benefícios e talvez até ser curativos. Isso é especialmente importante com uma doença em que nosso tratamento padrão ouro não é curativo”, relatou um dos responsáveis pelo estudo.

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