Boa parte dos países do planeta mantêm hoje uma equipe para explorar brechas virtuais, de acordo com Rob Joyce, diretor de cibersegurança da NSA (Agência de Segurança Nacional dos EUA).

“Quase todo país no mundo têm um programa de exploração cibernética. A grande maioria [das equipes] é usada para fins de espionagem e inteligência”, explicou Joyce, no Aspen Cyber Summit, congresso anual de cibersegurança realizado na última quarta-feira (29). “[Mas] há interesse em experimentar com cibernética ofensiva e seus efeitos.”

Além do esperado

Segundo o funcionário do governo americano, a China está presente “além do esperado” no ramo. “A quantidade de ciberatores chineses supera o resto do globo combinado”, afirmou. Em parte, a análise de Joyce se deve ao recente ciberataque chinês ao servidor do Microsoft Outlook. À época, o governo americano acusou o Partido Comunista de empregar hackers criminosos para realizar incursões de espionagem no meio digital.

Já a Rússia, uma histórica adversária dos Estados Unidos, se coloca em uma posição em que os americanos não podem tolerar, na visão do diretor. “Vimos evidências de um pré-posicionamento contra a infraestrutura crítica dos EUA”, afirmou.

publicidade

Ainda segundo Joyce, mesmo países com menos capital vêm mantendo esquemas avançados para explorar brechas virtuais. A diferença é que esses Estados se restringem, na maioria das vezes, a interesses nacionais, como, por exemplo, controlar o acesso da sua população à internet e a quantidade de dinheiro corrente naquele território.

Leia mais:

“Globalização” de espionagem dificulta prevenção

Paralelo ao maior número de países com equipes para explorar brechas virtuais, surge a dificuldade para identificar a origem dos ciberataques. Esta, ao menos, é a avaliação de Kevin Mandia, o CEO da FireEye, uma das principais empresas de segurança no mundo e vítima de um ataque no fim do ano passado.

De acordo com Mandia, até 2010, as investidas eram respondidas de forma razoável e quase de maneira previsível. Agora, o que eram 40 solicitações abertas no início da década passada viraram 2.900.

“Tudo está mudando tão rápido que as evidências que vemos hoje do mesmo grupo de hackers são diferentes das de três meses atrás”, explicou o executivo.

A NSA é a agência americana que espionou ilegalmente milhões de celulares de seus cidadãos, conforme revelado por vazamento do jornalista Edward Snowden em 2013.

Via Cyberscoop

Imagem: Nico ElNino/Shutterstock

Já assistiu aos nossos novos vídeos no YouTube do Olhar Digital? Inscreva-se no canal!