cada 40 segundos, uma pessoa morre por suicídio, além de que mais de 100 pessoas podem ser afetadas por cada perda, incluindo familiares e amigos. As pessoas que cogitam tirar a própria vida – muitas vezes – passam por longos períodos de sofrimento, por isso, ajudar é de extrema importância para evitar o pior.

Nas últimas duas décadas, algumas evidências de pesquisas destacaram que o suicídio não é apenas o resultado do que a vítima vive. A vulnerabilidade pode aumentar ao longo da vida e começar muito cedo, no período perinatal e na infância, em que há influências duradouras na idade adulta.

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A equipe do projeto de pesquisa LIFESPAN possuí como objetivo entender melhor se os fatores da infância influenciam o risco de suicídio. Ou seja, se os fatores do início da vida estão associados ao suicídio, e se sim, as estratégias de prevenção precisam ser implementadas logo no início da vida.

Dos 14 fatores investigados (como baixo peso ao nascer, complicações obstétricas, condições socioeconômicas da família no parto e idade parental jovem), sete foram associados ao suicídio na idade adulta. As influências mais fortes foram características dos pais, baixa escolaridade dos pais, baixas condições socioeconômicas familiares e idade materna jovem e crescimento fetal restrito, por exemplo.

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Suicídio. Imagem: Shutterstock

Os pesquisadores também descobriram que crianças nascidas com baixo peso ou prematuras tinham mais probabilidade de morrer por suicídio do que crianças nascidas com peso normal. Além disso, eles descobriram que filhos de pais adolescentes eram mais propensos a morrer por suicídio do que filhos de pais mais velhos, e que crianças nascidas de pais com níveis mais baixos de educação eram mais propensos a morrer por suicídio do que bebês de pais com níveis mais altos de educação.

Um detalhe importante é que isso não deve ser aplicados diretamente a um único indivíduo e sim à população. Sendo assim, não é possível considerar que um bebê prematuro como vulnerável ao risco de suicídio, mas sim que, em uma determinada população, os bebês prematuros correm – em média – maior risco.

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Os fatores aumentam o risco de suicídio

É importante entender o motivo de alguns fatores que ocorrem muito cedo na vida podem influenciar o comportamento que acontece décadas depois. Uma primeira justificativa seria os mecanismos sociais, pois os fatores socioeconômicos são os principais determinantes da saúde.

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Por exemplo, crianças nascidas em uma família com poucos recursos financeiros podem ter acesso restrito a educação e oportunidades de vida. Isso faz com que aumente as chances de enfrentar problemas na idade adulta, o que pode, por sua vez, aumentar o risco de suicídio. 

Outra teoria é sobre o desenvolvimento do cérebro. A hipótese é que quando o feto é exposto à adversidade, ele reage com adaptações para sobreviver a um ambiente hostil no útero. Sendo assim, essas adaptações podem resultar em prejuízos no cérebro e a falta de capacidade de lidar com o estresse é um fator de proteção fundamental para suicídio.

Imagem: Tero Vesalainen – Shutterstock

Prevenção na primeira infância

A prevenção é reconhecida como a principal forma de reduzir os problemas de saúde e também minimizar as questões sociais. Isso significa remover ou reduzir os fatores de risco em uma população antes mesmo que algum problema de saúde se manifeste.

Portanto, a pesquisa sobre as origens do suicídio na infância é uma reflexão sobre a prevenção do suicídio como um esforço duradouro, com o foco em reduzir a vulnerabilidade durante todo o curso da vida.

Fonte: Medical Xpress

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