Pesquisadores de duas universidades dos Estados Unidos conseguiram demonstrar como diferentes mutações que afetam um processo celular podem ter ligação com o surgimento de cânceres sanguíneos. O estudo pode estabelecer um novo alvo para medicamentos que tratem esses tumores.

A pesquisa, que foi publicada na edição de outubro do Cancer Discover, descobriu que essas mutações podem produzir uma versão alternativa de uma proteína criada por um gene conhecido como GNAS. Essa proteína é utilizada em medicamentos contra outros tipos de câncer nos EUA.

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Por conta disso, os pesquisadores acreditam que esse pode ser um bom caminho para o desenvolvimento de novos medicamentos para tratamentos de cânceres sanguíneos. A abordagem é promissora principalmente para o tratamento da síndrome mielodisplásica (SMD).

O que é a SMD?

A SMD é um tipo raro de câncer sanguíneo, seu diagnóstico é bastante preocupante, já que não existem tratamentos eficazes contra ele. Contudo, as mutações investigadas neste estudo também são encontradas em outros tipos de câncer, o que pode ampliar a possibilidade de aplicação deste achado.

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Médico com a mão sobre a mão do paciente
A Síndrome Mielodisplásica é um tipo raro e dificilmente tratável de câncer sanguíneo. Crédito: CC0 Domínio Público

De acordo com o co-autor do estudo, o professor associado de ciências oncológicas do Instituto de Câncer The Tisch, Eirini Papapetrou, este é o primeiro estudo a descobrir que essas proteínas modificadas podem tornar células cancerosas vulneráveis a um tratamento com inibidores de MEK.

“A descoberta de que podemos tentar usar inibidores da proteína MEK neste tipo de câncer também é a primeira, e nossas descobertas também apoiam o desenvolvimento futuro de drogas”, completou o pesquisador.

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Pesquisa de ponta

Para chegar a esses resultados, a equipe de Papapetrou gerou modelos de mutações usando células-tronco, com o objetivo de estudá-las em um contexto genético e fisiológico. As células foram transformadas em progenitoras hematopoiéticas, que são relevantes em cânceres sanguíneos.

Em seguida, foram realizadas observações conhecidas como análise de splicing e ligação de RNA. “Este trabalho integra modelos isogênicos de doença com análises de RNA de ponta para convergir para um novo alvo para MDS”, declarou o co-autor do estudo, Gene Yeo.

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A partir dessas análises, a equipe foi capaz de identificar alvos de alta confiança e identificação do fio condutor da doença. Segundo a equipe, as células responsáveis pelo MDS do modelo se tornaram mais sensíveis ao tratamento com inibidores de MEK.

Via: Medical Xpress

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