O nome é uma referência ao “stalker” da internet: alguém que espreita os outros, que fica espiando seu comportamento em segredo. Stalkerware é uma variedade de spyware voltada para esse tipo de pessoa. Esses apps, cuja legalidade é discutível, costumavam ser anunciados abertamente na internet. Agora, o Google afirma que passou um pente-fino em seus anúncios e removeu múltiplos anúncios de stalkerware, que são contra suas políticas.

Instalado no celular de uma pessoa sem saber, o stalkwerware envia para o celular ou browser do espião tudo em matéria de fotos, chamadas, mensagens, uso de aplicativos e navegadores. A vítima não faz ideia.

Esses apps são considerados legais porque servem para pais acompanharem seus filhos, ou parentes acompanharem pessoas idosas ou dependentes. Em tese, protegendo essas pessoas de predadores, inclusive stalkers. A maioria se vende como solução de segurança – um deles (não vamos revelar nomes) ainda está na própria Google Play Store como, ironicamente, “anti-spyware”.

Quem é o real cliente

Os anúncios deixam claro qual é o público desejado: cônjuges ciumentos e abusivos, tentando dominar seus parceiros. Um deles, encontrado pela equipe do TechCrunch, dizia que servia para “desfazer qualquer dúvida em uma relação”. Outro, mais direto, prometia espionar “seus filhos, seu marido, sua mulher, seus avós”.

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É uma coisa tão estabelecida que outro nome para o stalkwerware é “spouseware” (“software do esposo”). A maioria dos aplicativos é feita para ser instalada e funcionar sem que uma pessoa adulta e em plena consciência seja capaz de perceber.

Fabricantes de antivírus, que classificam stakwerware como uma forma de malware, estavam pressionando o Google para parar de anunciar esse tipo de aplicativo. O fabricante do anti-malware Malwarebytes é um membro fundador da Coalizão Contra Stalkerware, um grupo de empresas comprometidas em combater a ameaça.

Em agosto, o Google já havia anunciado que retiraria anúncios assim de seu catálogo e, em setembro, que baniria por três meses anunciantes. Alguns, porém usaram de diversos subterfúgios para driblar o banimento. E o TechCrunch encontrou cinco deles ainda no topo da pesquisa do Google, alguns na Play Store (o que confirmamos).

A Coalizão acha que os esforços do Google são frágeis e permitem muita coisa passar. O Google, por exemplo, não baniu qualquer tipo de spyware legal. Se o software é voltado à crianças, a monitorar empregados ou a serviços de detetives e agências de seguranças, é considerado legítimo pelo Google.

Via TechCrunch

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