Cientistas propõem “cordão eletrodinâmico” como propulsor para satélites

Ideia é usar um cabo por onde uma corrente elétrica servirá como impulsor, substituindo combustíveis fósseis e ampliando sustentabilidade
Por Rafael Arbulu, editado por Rafael Rigues 14/10/2021 16h37, atualizada em 15/10/2021 11h35
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Um estudo desenvolvido por cientistas da Universidade Carlos III de Madrid, da Espanha, propõe uma solução diferente para reduzir o uso de combustíveis fósseis em viagens espaciais: uma espécie de “cordão eletrodinâmico”, onde uma corrente elétrica serviria como mecanismo propulsor para satélites.

A ideia é prender dois satélites a um mesmo cordão de filamento supercondutor, passando uma corrente elétrica por ele que poderá impulsionar todo o conjunto – ou mesmo freá-lo. O objetivo é reduzir a dependência de combustíveis fósseis e tornar a exploração espacial um pouco mais sustentável.

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Ilustração de universidade espanhola mostrando o uso de um cabo eletrodinâmico para movimentar dois satélites
Sugestão de universidade espanhola indica o uso de um filamento eletrodinâmico para impulsionar e frear satélites de pequeno e médio porte no espaço (Imagem: Universidade Carlos III de Madrid/Divulgação)

Esse tipo de cordão eletrodinâmico já existe, mas a proposta da universidade espanhola (feita por meio da plataforma OSIP, da agência espacial europeia) sugere incorporar filmes ultrafinos de células fotovoltaicas, armazenando energia solar para adicionar força ao circuito.

Embora seja simples em seu entendimento, tudo indica que o cordão eletromagnético para satélites não eliminaria o uso de outros combustíveis: essa ideia serve, ao menos por enquanto, apenas para satélites de pequeno e médio porte, enquanto satélites maiores e naves espaciais de transporte de carga ainda ficariam relegadas a propulsores líquidos, como o movido a oxigênio da SpaceX, usado pela empresa em alguns de seus motores.

Mais além, a proposta espanhola sugere o uso do condutor já no espaço, então é seguro dizer que o lançamento de artefatos humanos lá para cima ainda precisaria seguir o método tradicional.

A ESA acatou a ideia e, junto de muitas outras, está estudando a viabilidade de cada um dos projetos.

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Jornalista formado pela Universidade Paulista, Rafael é especializado em tecnologia, cultura pop, além de cobrir a editoria de Ciências e Espaço no Olhar Digital. Em experiências passadas, começou como repórter e editor de games em diversas publicações do meio, e também já cobriu agenda de cidades, cotidiano e esportes.

Redator(a)

Rafael Rigues é redator(a) no Olhar Digital