Crianças com autismo possuem duas vezes mais chances de relatar pensamentos suicidas durante avaliações médicas de rotina, de acordo com uma nova pesquisa do Instituto Kennedy Krieger. O estudo foi publicado no Journal of Developmental & Behavioral Pediatrics e destaca a importância da implementação de exames de risco de suicídio como parte dos cuidados de saúde de rotina em crianças, especialmente as com autismo.
“A saúde mental não está separada da saúde geral – é tudo uma pessoa. Realizar exames de risco de suicídio junto com exames médicos de rotina reconhece que a saúde mental é tão importante quanto nossa saúde física e uma parte fundamental de nossas vidas”, comentou Suzanne Rybczynski médica e autora do estudo.
Além disso, o estudo concluiu que a implementação de uma triagem de risco de suicídio de rotina para crianças com deficiências de desenvolvimento neurológico – que identifica o risco entre os participantes e, em seguida, fornece acompanhamento para os pacientes – deve ser realizada enquanto os médicos trabalham para reduzir o risco de suicídio entre os jovens.

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Em 2017, os médicos de Kennedy Krieger instituíram uma triagem de risco de suicídio com quatro perguntas para todos jovens de 8 a 18 anos. As questões foram desenvolvidas pelo National Institute of Mental Health e se os pacientes respondessem sim a qualquer uma das quatro perguntas, um profissional da saúde realizava uma avaliação de segurança contra suicídio.
“Muitos esforços de prevenção do suicídio precoce entre crianças e adolescentes se concentraram em crianças com desenvolvimento típico, mas precisamos considerar também as crianças com deficiências de neurodesenvolvimento”, disse Rybczynski.
O estudo examinou as triagens de risco de suicídio durante um período de seis meses e descobriu que crianças com distúrbios do neurodesenvolvimento eram tão propensos quanto as outras. No entanto, crianças com autismo têm duas vezes mais chances de relatar pensamentos suicidas durante esses exames.
O próximo passo é que o time de pesquisadores avaliem ainda mais as ferramentas de triagem de risco de suicídio do estudo em crianças com deficiências de desenvolvimento neurológico e continuem a defender exames de risco, concluiu Rybczynski.
Fonte: Medical Xpress
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