Uma análise dos artigos do PubMed descobriu que 87,7% de todos os genes humanos aparecem em pelo menos um artigo que menciona o câncer, uma das doenças mais comuns dos tempos modernos. Embora a menção não signifique que o gene tenha um vínculo significativo com a doença, a identificação ajuda pesquisadores a descobrir conexões entre genes e decidir quais devem ser estudados.

“Embora a ocorrência de um gene e câncer em uma publicação não seja, por si só, evidência de uma associação causal, esses números, apesar de tudo, ilustram a enorme quantidade de estudos que relacionam a vasta maioria dos genes humanos ao câncer”, disse o autor da pesquisa, João Pedro de Magalhães, da Universidade de Liverpool, em um trecho do artigo.

No entanto, para o pesquisador isso também significa que cada gene pode e, possivelmente, ainda será associado ao câncer. “Se um gene ainda não foi associado ao câncer, provavelmente significa que não foi estudado o suficiente e provavelmente será associado ao câncer no futuro”, explicou o pesquisador.

Quase 90% dos genes humanos já foram mencionados em estudos sobre o câncer. Créditos: Shutterstock
Quase 90% dos genes humanos já foram mencionados em estudos sobre o câncer. Créditos: Shutterstock

“Em um mundo científico onde tudo pode ser associado ao câncer, o desafio é determinar quais são os principais responsáveis ​​pelo câncer”, acrescentou.

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Segundo o artigo, publicado na revista Trends in Genetics e divulgado pelo Medical Xpress, “a enorme quantidade de dados coletados sobre o câncer significa que há muito mais informações sobre os genes associados ao câncer do que para qualquer outra doença ou processo”, o que corrobora com o fato da doença ser o tópico mais amplamente estudado nas ciências biológicas e biomédicas.

O Câncer e a cura

Apesar de comum, o câncer ainda é uma doença cheia de mistérios, principalmente porque hoje em dia não se confia apenas em históricos familiares, já que o estilo de vida da sociedade – alimentar, por exemplo – mudou e, ao que tudo indica, afetou o risco de desenvolvimento da doença.

Enquanto a sonhada certeza de cura não chega – bem como nem a previsão para tal descoberta – a ciência se empenha em desenvolver tratamentos e terapias que ajudem os pacientes com a condição. Recentemente, uma pesquisa realizada pela Universidade Cambridge em parceira com a Universidade Harvard identificou um novo tratamento que pode ser a chave para o combate a tipos agressivos de câncer.

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No Texas, uma outra equipe também encontrou uma maneira de tornar a quimioterapia mais letal para as células do câncer cervical – tumor induzido por HPV que afeta o colo do útero – e, ao mesmo tempo, menos danosa às células normais do corpo. 

A mais recente notícia sobre o tema é o início dos testes clínicos da vacina contra o câncer de mama, o mais incidente em mulheres no mundo, segundo o Instituto Nacional de Câncer (Inca).

A Clínica Cleveland, responsável pela vacina, anunciou o lançamento em outubro e explicou que o imunizante foi projetado para prevenir o câncer de mama triplo-negativo, que atualmente não responde a terapias hormonais ou medicamentos direcionados, ou seja, só pode ser prevenido com mastectomia.

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