Conversamos com Cristiano Freitas, diretor de dispositivos móveis da Positivo, sobre a parceria com a chinesa Transsion, anunciada essa semana, e ele nos contou quais são os planos da empresa para o futuro da marca Infinix no Brasil, além do lançamento do Infinix Note 10, que já está sendo vendido por aqui.
Eu vejo as pessoas cada vez mais usando produtos Infinix lá fora, e é claro que no seu caso, você é da área então já conhece, mas tenho visto que mesmo pessoas que não são do meio de tecnologia também já conhecem. Nas nossas pesquisas, a gente percebeu que alguns já conheciam a marca, o que foi muito legal para nós.
Hoje, as marcas da China estão entre as maiores do mundo, algumas presentes no mundo inteiro. Por mais que a Infinix ainda não estivesse no Brasil, as marcas chinesas têm um crescimento vertiginoso, e as pessoas estão muito interessadas nas marcas que vem de lá.
Então a nossa expectativa é muito boa, já estamos recebendo alguns feedbacks muito positivos mesmo, estou bem satisfeito. É o trabalho de alguns meses dedicados a Infinix, além de alguns anos conversando com o mercado, entendendo o mercado, discutindo parcerias, conversando com muita gente já sobre isso.
E o caminho está muito claro para nós, e com o atual cenário de supply chain no mundo, a gente vai conversando com alguns grandes fabricantes. Hoje, muita coisa mudou, a figura do “local king”, que eram os fabricantes locais, já não existe mais. Por exemplo, na Índia tinha uma marca assim, a Micromax, mas essas coisas não existem mais, hoje são os grandes players em todos os mercados, e era importante para a Positivo se aliar um grande poder, nesse caso, o grupo Transsion.
É uma boa pergunta. A gente está lançando como Infinity, mas seguimos discutindo isso até agora. Nós lançamos o Note 10 Pro como Infinix, mas estamos aí pensando em algo para o futuro. A marca chancelou fortemente, tem essa questão de ter uma empresa séria por trás, com pós-venda, com 32 anos de tradição. Então é uma coisa que a gente está discutindo justamente nesse momento.
Ele já vai estar esse ano inclusive. Em 2022 é um novo portfólio, mas em 2021 já estaremos nas lojas da Via e também da Vivo da Telefônica. Já fechamos com a Via, eles receberam com bastante entusiasmo só de contas é um player a mais, né?
Acho que isso é bom para todo mundo, principalmente para o consumidor final. Não é bom o mercado ficar com poucos players com força. É um player a mais, eles entendem o que é, viram que era um player grande, com portfólio, e viram com muito bons olhos, e aceitaram entrar nessa parceria para o lançamento.
A nossa ideia é ir com Positivo até essa faixa de R$ 800, R$ 1.000, e depois complementar com os produtos da Infinity dali para cima. Não existe uma grande diferença entre os dois, mas isso foi muito pensado, inclusive na discussão do fechamento com a Transsion. Assim, a ideia é popular dos R$ 900, R$ 1.000 com os nossos, e até os R$ 2.999 com os produtos deles.
Está em discussão, são coisas que a gente está conversando. Todo o portfólio da Infinix está aberto, eles estão bastante empolgados com isso. É o Brasil, toda a dimensão do país, quase que um continente de oportunidades, então estamos discutindo todo o portfólio da marca.
Acredito que é muito interessante sim, e poderia chegar aqui a partir de R$ 1.000, R$ 1.200… Ele é um produto bastante competitivo e está nas discussões nossas também, estamos bem bem profundos nessas discussões, justamente já pensando no que que virá.
Então, a ideia lançar os mais recentes, mas o que aconteceu especificamente no caso do Note 10 Pro, é que, como esse é o primeiro a ser lançado, e a gente precisava de toda uma adequação fabril, e também sistêmica, imagine, um processo inteiro de fabricação.
Hoje a nossa fábrica roda Infinix como se estivesse rodando na China, então isso realmente leva um tempo para ser alcançado. A questão do Note 11 Pro foi colocada em consideração, mas é aquilo, se eu trouxesse importado eu poderia trazer ele desde agora, mas a gente preferiu trazer ele nacional, então isso está tomando esse tempo inicial.
Mas, daqui para a frente, as diferenças de tempo começam a diminuir bastante, pois já temos uma fábrica azeitada, uma fábrica com todos os processos rodando, com uma integração sistêmica, por exemplo, que é uma coisa que você só faz uma vez, não vai ter que fazer mais. Então é o que eu entendo, para o futuro esse intervalo de lançamentos vai ser cada vez menor.
Nós temos duas fábricas em Manaus, uma fábrica em Ilhéus e outra em Curitiba. No caso do Infinix Note 10 Pro a gente está fazendo na fábrica de Manaus. O processo total demorou quatro meses desde as primeiros discussões sistêmicas, o mapeamento, uma auditoria, depois com os três últimos meses começando a vir equipamentos, começando a fazer a configuração dos equipamentos.
O material, chega faz a rampa (de montagem), faz teste de confiabilidade para entender que está tudo perfeito, que está tudo sendo replicado como é feito lá de fora, então uns quatro meses em todo o processo, e uns dois meses e meio, três meses só dedicados a criar a rampa do Note 10 Pro.
A versão com 128 GB tem o NFC, e a versão de 256 GB não tem, mas vem com mais memória.
Então, eu não participei das parcerias feitas com as empresas de computadores, mas das discussões de smartphone sim, mas eu acredito que que haja assim uma semelhança, é um alinhamento muito grande na alta gestão das duas empresas.
É um compromisso, uma crença dos dois lados para tornar um negócio factível, para fazer acontecer, um alinhamento muito forte da alta gestão para executar aquilo. Então é algo muito bem pensado, muito bem estudado, muito bem desenhado, eu não participei especificamente das discussões de Vaio ou Compaq, mas participei de uma outra de celulares no passado, as coisas são relativamente parecidas.
Então eu acredito que sim, existe uma semelhança pelo próprio modus operandi da empresa, pela questão da Positivo se pautar pela ética, sempre cumprindo o compliance global. Eu acredito que essas coisas permeiam qualquer tipo de negociação que a gente participe.
A gente vem muito bem com os nossos tablets, inclusive infantis, e relançamos agora uma linha de tablets mais profissionais para executivos, o Q10 e o Q8. Estamos muito bem vendendo esse tablet. É uma pergunta boa, não pensamos nisso, porém entendemos que estamos muito bem servidos com nossos produtos.
Tem duas coisas bem diferentes nesse produto em relação aos normais, uma que a memória é 256 GB e a outra que são dois anos de garantia. Teve um comentário interessante nas pesquisas que a gente fez, e a pessoa comentou assim “agora entendi porque tem dois anos de garantia. É que 256 GB é tanta memória que eu preciso dois anos para cumprir a memória”.
Em outro comentário, disseram que “Infinix me leva infinito, parece que é uma memória infinita, uma garantia infinita”. A gente percebeu que o brasileiro ele realmente é sensível essas duas coisas, a memória e a garantia, e assim, tivemos a certeza que acertamos no produto, acertamos no público que busca esse tipo de produto.
Eu que agradeço muito a cobertura do Olhar Digital, todo o apoio de sempre de vocês.
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Esta post foi modificado pela última vez em 29 de outubro de 2021 16:32