Uma fábrica operada pela Upside Foods consegue produzir mais de 180 toneladas por ano de carne de laboratório, ou seja, que não é obtida pela pecuária e matadouros de gado.

Esse modelo de alimentação vem se mostrando um setor cada vez mais emergente, com estruturas posicionadas em vários países trabalhando no objetivo de reduzir a nossa dependência em relação aos animais e, como um bônus, reduzir as emissões de gases que contribuem para o avanço do aquecimento global.

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Imagem mostra Alguns dos reatores usados pela Upside Foods para cultivarem carne de laboratório
Alguns dos reatores usados pela Upside Foods para cultivarem carne de laboratório (Imagem: Upside Foods/Divulgação)

Segundo o San Francisco Chronicle, a fábrica em questão é uma das maiores do setor, embora, hoje, produza “apenas” 22 mil toneladas anuais de carne de laboratório. Isso porque, segundo a CEO da empresa, Amy Chen, não adianta fazer uso de toda a capacidade da estrutura, sendo que a Food and Drugs Administration (FDA), o órgão regulatório dos EUA, ainda não tenha liberado qualquer carne do tipo para venda direta ao consumidor.

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Chen, contudo, está confiante de que isso deve acontecer logo: “Isso não é mais um sonho. Não é ficção científica. É uma realidade atual”, ela disse ao jornal.

A produção do material não difere do processo que já conhecemos: um biorreator produz a carne com base em células coletadas de animais – especificamente, do tecido muscular – e cultivadas com nutrientes em laboratório, desenvolvendo-se em várias camadas de gordura e músculo.

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Em outras palavras, as carnes produzidas em laboratório ainda têm origem animal, mas não dependem da morte dos animais.

Imagem mostra um hamburger de frango feito com carne de laboratório
As carnes produzidas em laboratório têm aspecto parecido com frango frito, por serem feitas em camadas de gordura e músculo. A empresa, porém, assegura que esse visual servirá tanto para carne branca como carne vermelha (Imagem: Uoside Foods/Divulgação)

A ausência dessa carne nas gôndolas dos mercados não impede, porém, que o setor continue a produzir seus serviços. Chen explica que, hoje, as indústrias do setor conseguem vender para cadeias de restaurantes e firmar parcerias com chefs de cozinha que queiram experimentar produtos de origem diferenciada.

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Segundo a CEO, no entanto, quando ela chegar ao mercado de consumo direto, ela pode acabar vindo a preços próximos de uma carne de frango de marca premium: um pouco mais caro que as marcas de base, mas um valor que não traga impacto majoritário no orçamento das pessoas.

Tudo depende, claro, da aprovação da FDA. Essa, infelizmente, ainda não tem prazo para chegar.

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