Rio sagrado da Índia é coberto de espuma tóxica em meio a festival religioso

O rio Yamuna passa pelo centro de Delhi, mas nem mesmo sua poluição extrema impede fiéis de mergulharem nele como parte de ritos sagrados
Por Rafael Arbulu, editado por Rafael Rigues 08/11/2021 16h24, atualizada em 10/11/2021 10h31
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A Índia está na época do chamado Chhath Puja, um festival de quatro dias que homenageia o Sol com oferendas junto ao rio Yamuna. O problema: o rio, sagrado para a população, está coberto com uma espuma tóxica, apesar de nem mesmo ela impedir que os fiéis mergulhem em suas águas como parte dos ritos sagrados do festival.

O rio Yamuna é um dos principais corpos d’água de toda a Índia, cortando o centro da província de Delhi, e tem quase 1,4 mil quilômetros (km) de extensão. Ele começa nas partes mais ao norte, próxima ao Himalaia, onde há muita neve e gelo. A espuma, embora pareça muito com depósitos de neve, porém, tem outra composição.

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O rio Yamuna tem importância histórica e religiosa para o povo indiano, mas sua poluição e vulnerabilidade ao despejo de material industrial o tornam um risco à saúde local (Imagem: Creativevikas / Shutterstock)

Segundo o governo da província, isso tudo se deve a substâncias que foram referidas como “fruto de um grande esgoto e despejo de material industrial”. Não bastasse o risco à saúde, o problema da sujeira também atrapalhou a distribuição de água aos residentes da província. O governo não informou quantas pessoas foram afetadas, contudo.

“Eu gostaria de agradecer aos residentes afetados pela sua cooperação”, disse o vice-líder da autoridade de distribuição de água da cidade, Raghav Chadha. “Nossa equipe de oficiais e engenheiros está trabalhando dia e noite para assegurar aos moradores de Delhi que os problemas de água sejam minimizados”.

Segundo um relatório emitido pelo próprio governo indiano em 2020, a qualidade da água no rio Yamuna se tornou “criticamente pior” ao longo dos últimos dois anos. Especialistas em ciências ambientais afirmam que diversas campanhas oficiais de despoluição foram executadas sem muito sucesso.

Para piorar a situação, desde a última semana, o céu em Delhi foi acometido por forte neblina decorrente de incêndios promovidos por fazendeiros locais, no intuito de abrir caminho para expansão de terras de cultivo. Na semana passada, vários fogos de artifício foram acionados para marcar o Festival das Luzes (“Diwali”) – apesar dos fogos em si serem banidos desde o fim de 2020.

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Jornalista formado pela Universidade Paulista, Rafael é especializado em tecnologia, cultura pop, além de cobrir a editoria de Ciências e Espaço no Olhar Digital. Em experiências passadas, começou como repórter e editor de games em diversas publicações do meio, e também já cobriu agenda de cidades, cotidiano e esportes.

Redator(a)

Rafael Rigues é redator(a) no Olhar Digital