Após se reunirem em uma conferência antivacina para discutir tratamentos alternativos, sete médicos testaram positivo para a Covid-19, na Flórida, EUA. Um deles, Dr. Bruce Boros, segundo informações do tabloide The Daily Beast, desenvolveu a forma grave da doença.

“Estou tomando ivermectina há 16 meses, minha esposa e eu. Nunca me senti tão saudável na minha vida”, afirmou o cardiologista ao final da reunião. Dois dias após a declaração, a notícia: o médico e mais seis estavam infectados.

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Segundo fontes próximas ao Dr. Boros, que pediram para não serem identificadas, a doença, no entanto, afetou o médico a ponto de não estar conseguindo trabalhar ou responder seus e-mails. Contudo, o organizador da conferência, Dr. John Littell, afirmou ao site que “todos até agora responderam ao tratamento com ivermectina. [e] Bruce está bem.”

De acordo com seu histórico, Boros é um grande defensor da ivermectina, antes recomendada para tratamento contra Covid mesmo sem comprovação cientifica, e estava, inclusive, testando a droga em um estudo pessoal enquanto ingeria o medicamento diariamente sem prescrição.

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“Espero prosseguir com meu estudo observacional da ivermectina rapidamente”, anunciou ele em uma postagem no Facebook de 28 de julho de 2020. “Está funcionando onde está sendo usado em todo o mundo.”

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Médicos pegam Covid-19 após se reunirem em evento antivacina. Imagem: iStock

O médico, conhecido em sua cidade, chegou a atacar o Dr. Anthony Fauci, consultor médico de Joe Biden, atual presidente dos Estados Unidos. “Fauci é uma fraude! A grande indústria farmacêutica está nos jogando como tolos”, disparou. A publicação causou alvoroço nas redes sociais, um prato cheio para os adeptos de teorias da conspiração.

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Durante a conferência, o profissional também chegou a criticar o pai, que aos 97 anos decidiu contrariar as orientações do filho e receber as duas doses da vacina.

“Ele passou por uma lavagem cerebral. Ele conseguiu. Ele não me contou. Fiquei muito chateado. Eu queria dar uma surra nele”, disse, informando que infelizmente o pai veio a falecer alguns dias depois – o que reforçou suas ideias antivax.

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Para o anfitrião do evento os profissionais que participaram, entre 800 e 900 médicos, vieram infectados de outros lugares e, visto que o evento não exigiu o uso de máscaras e distanciamento social, a disseminação ocorreu.

“Acho que eles pegaram de Nova York ou Michigan ou de qualquer outro lugar”, disse Dr. Littell. “Com certeza foram as pessoas que vieram de outros lugares.”

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“Você não é um cavalo”, diz FDA

Em agosto deste ano, a Food and Drug Administration (FDA) publicou um artigo explicando por que as pessoas não devem usar a ivermectina como tratamento contra a Covid-19. A mensagem, realista para alguns e um tanto “grosseira” para outros, viralizou nas redes sociais.

“Você não é um cavalo. Você não é uma vaca. Sério, pessoal. Parem com isso”, alertou o órgão.

https://twitter.com/US_FDA/status/1429050070243192839?ref_src=twsrc%5Etfw%7Ctwcamp%5Etweetembed%7Ctwterm%5E1429050070243192839%7Ctwgr%5E%7Ctwcon%5Es1_&ref_url=https%3A%2F%2Fwww.thedailybeast.com%2Fdr-bruce-boros-and-six-others-from-florida-covid-summit-fall-sick

Também vale lembrar que, a vacina não impede de contrair o vírus, mas minimiza as chances de morte. Dados do Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) indicam que os não vacinados têm uma chance seis vezes maior de se infectar com Covid e 14 vezes mais chances de morrer do que aqueles que foram vacinados. 

Ainda de acordo com a organização, “as vacinas da Covid-19 são seguras e eficazes” e “milhões de pessoas nos Estados Unidos receberam vacinas sob o monitoramento de segurança mais intenso da história dos EUA.”

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