O Olhar Digital foi visitar o centro de pesquisas da Usiminas, que completou 50 anos em outubro, e é responsável por pesquisa e desenvolvimento de novos tipos de aço em vários laboratórios, e também do controle de qualidade dos produtos produzidos pela usina de Ipatinga, MG.
No centro de pesquisas Usiminas, conversei com o seu gerente-geral Carlos Salaroli, que me contou mais sobre os tipos de pesquisa científica feitos por lá, como eles são desenvolvidos em laboratórios com equipamentos de ponta e os seus mais diversos propósitos.

A área total do Centro de Pesquisas é de 13 mil metros quadrados, e o centro de pesquisa e desenvolvimento hoje tem cerca de 100 funcionários, com pesquisadores, cientistas e técnicos. O centro começou como um projeto do então presidente da Usiminas, Amaro Lanari, que dizia que a empresa precisava “dominar a tecnologia”. Salaroli diz que isso vem permeando todas as atividades do centro de pesquisas nesses últimos 50 anos.
Uma usina em miniatura
Ao longo desses 50 anos, o centro de pesquisas passou por várias mudanças e atualizações tecnológicas e também na sua estrutura física. Foram construídos novos laboratórios e novos prédios, e os equipamentos de hoje são de última geração. “Aqui nós temos condição de simular, então o centro de pesquisa é um usina siderúrgica em miniatura”, diz Salaroli.
Entre os processos estudados e aperfeiçoados pelo centro de pesquisa Usiminas está a fabricação do gusa, também chamada de redução, em um “laboratório” que simula a aciaria da usina. Também vimos o aço sendo laminado em chapas grossas, o que foi bem interessante.
Visitamos o laboratório no qual é feita a galvanização do aço, processo no qual ele é revestido com zinco para melhorar a resistência à corrosão. Com esses equipamentos, é possível simular o processo industrial em escala reduzida. Em outro laboratório, é feita a análise de impactos nessas peças galvanizadas.
Com tantos laboratórios e áreas de pesquisa com foco em diferentes áreas, o centro de pesquisas em si pode ser encarado como um grande laboratório de todas as etapas da produção do aço, e também para criação e teste de novos processos, melhores condições de fabricação. O foco é na eficiência e na produtividade, que podem gerar uma redução de custo.
O centro de pesquisas Usiminas também estuda vários tipos de aços diferentes, com diversas funções e aplicações, e inclusive desenvolve algumas ligas proprietárias. Um dos equipamentos que me chamou a atenção foi o microscópio eletrônico de varredura, com uma ampliação de até 300 mil vezes, que permite observar a composição do aço.
Sempre investindo em equipamentos novos, o centro de pesquisa tem laboratórios para testes de processos industriais, buscando aprimorar o resultado da usina principal, mas sem atrapalhar o seu funcionamento diário.
Centro de memória
A Usiminas inaugurou em outubro desse ano o centro de memória da usina, contando um pouco sobre sua história. O local escolhido foi o prédio do Grande Hotel, inaugurado na construção da usina, 59 anos atrás. O centro de memória da Usiminas conta com informações históricas e também obras de arte do acervo da usina, agora abertas ao público. Além disso, o mesmo prédio conta com alguns laboratórios do Centro de Pesquisa, que também visitamos e conhecemos.
Leia mais:
- Usina hidrelétrica do século 19 é usada para minerar bitcoins nos EUA
- Ataque hacker faz usina ser desativada
- Como a maior usina de captura direta de ar vai sugar CO2 da atmosfera
Investimento também em pessoas
Além da estrutura e dos equipamentos, a Usiminas também investe nas pessoas, com ciclos de capacitação internacional, com vários estágios de longa duração, doutorados e treinamentos em vários países no exterior, em andamento até hoje.
Salaroli nos conta que o apoio a mestrados e doutorados no Brasil nos últimos 10 anos talvez tenha sido o maior ciclo de investimentos do centro de pesquisas da Usiminas desde sua inauguração. Ele diz que, com a pandemia, a empresa teve que pensar em sua função de desenvolvimento e pesquisa, e hoje é muito mais focada no negócio.
O centro também tem acordos de operação tecnológica com várias universidades de pesquisa no Brasil e também no exterior, além de projetos feitos com clientes e fornecedores.
Clique abaixo para assistir ao vídeo da nossa visita.
Já assistiu aos novos vídeos no YouTube do Olhar Digital? Inscreva-se no canal!