Planeta gigantesco em nossa constelação vizinha desafia cientistas

O chamado “b Centauri b” é cerca de 10 vezes mais pesado que Júpiter e sua órbita é 100 vezes mais aberta que o nosso maior planeta
Por Rafael Arbulu, editado por André Lucena 14/12/2021 19h41, atualizada em 14/12/2021 20h11
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Imagem: ESO/Divulgação
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Cientistas identificaram um planeta gigantesco que vem desafiando o entendimento de como esses corpos celestes se formam. O mais interessante é que o chamado “b Centauri b” nem está muito distante – guardadas as devidas proporções: ele está orbitando o sistema binário b Centauri, há apenas 325 anos-luz da Terra.

O planeta foi fotografado pelo Very Large Telescope, ou simplesmente “VLT”, localizado no Chile e operado pelo European Southern Observatory (ESO) e ele traz algumas características intrigantes.

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Para começar, ele tem uma órbita de trajetória 14 vezes mais longa de sua estrela do que Plutão tem do nosso Sol, o que pode ser a principal razão pela qual ele existe em primeiro lugar: o sistema binário b Centauri (formado pelas estrelas A e B) é um dos mais quentes do universo conhecido (a estrela “A”, sozinha, chega a quase 18.000 ºC).

A órbita de trajetória tão aberta do “b Centauri b” deve torná-lo frio o suficiente para que os constantes golpes de raios-X e ultravioleta não inviabilizem a sua existência.

Estrelas como essa”, disse o astrônomo sueco Markus Janson em um comunicado sobre sua descoberta, “são normalmente consideradas muito destrutivas e com ambientes perigosos demais. Acreditava-se que elas deveriam ter dificuldades excessivas de formar grandes planetas ao seu redor”.

Os cientistas especulam que sua formação provavelmente se deu por um fenômeno chamado “acreção nuclear”. Esse processo – que também formou Júpiter – basicamente indica que partículas de gás e poeira cósmica se juntaram até adquirir uma força gravitacional própria.

Uma posição alternativa também aposta nisso, porém com um processo anterior levando à ideia: uma nebulosa pode ter entrado em colapso devido ao seu próprio poder gravitacional, basicamente “desconectando” suas partículas até que parte delas se juntassem e formassem o planeta gigantesco.

“Encontrar um planeta ao redor da b Centauri foi algo bastante empolgante, tendo em vista que isso muda completamente o cenário de nossos conhecimentos sobre estrelas massivas como hospedeiras de planetas”, disse Janson.

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Jornalista formado pela Universidade Paulista, Rafael é especializado em tecnologia, cultura pop, além de cobrir a editoria de Ciências e Espaço no Olhar Digital. Em experiências passadas, começou como repórter e editor de games em diversas publicações do meio, e também já cobriu agenda de cidades, cotidiano e esportes.

André Lucena
Ex-editor(a)

Pai de três filhos, André Lucena é o Editor-Chefe do Olhar Digital. Formado em Jornalismo e Pós-Graduado em Jornalismo Esportivo e Negócios do Esporte, ele adora jogar futebol nas horas vagas.