Cientistas da China conseguiram levar um reator experimental de fusão à temperatura de 120 milhões de graus Celsius (120.000.000 ºC), estabelecendo um novo recorde na busca por dominar a fusão nuclear e posicioná-la como fonte renovável de energia

Esse tipo de experimento tem uma premissa bastante simplista: imitar as reações no interior do Sol, que usa a fusão para produzir luz e calor. Por fusão, entende uma vibração de átomos tão intensa que faz com que seus núcleos se fundam. No Sol, isso é feito com hidrogênio, que dá origem ao hélio, que é mais leve que seus átomos progenitores – essa diferença de massa vira energia térmica, liberada pela estrela no espaço.

Leia também

O Sol produz energia e calor por meio de fusão nuclear. Cientistas tentam reproduzir esse processo na Terra, no intuito de obter uma fonte de energia renovável e auto sustentável
O Sol produz energia e calor por meio de fusão nuclear. Cientistas tentam reproduzir esse processo na Terra, no intuito de obter uma fonte de energia renovável e auto sustentável (Imagem: sakkmesterke/Shutterstock)

Esse processo vem sendo estudado por cientistas há décadas, que almejam repetí-lo em estruturas conhecidas como “tokamak”. No caso do experimento chinês, ao invés de hidrogênio, os cientistas apostaram em átomos de trítio e deutério, aquecendo-os a temperaturas extremas até seus pontos de fusão (algo próximo de 150 milhões de graus).

publicidade

Atingir o número é relativamente fácil. O problema é que, para uma estrutura produzir energia com base na fusão de forma contínua, reações do tipo devem ser auto sustentadas – ou seja, o volume de energia gasto deve ser menor do que o produzido, para que o processo se mantenha sozinho, sem interrupção, e o excedente seja aproveitado. Isso acontece no Sol, mas imitar isso na Terra já é bem mais difícil.

Apesar das dificuldades, os cientistas anunciaram que, pouco a pouco, estão chegando neste objetivo: a reação obtida pela China permitiu aos cientistas manterem 120 milhões de graus Celsius por mais de 15 minutos (especificamente, 1056 segundos).

A aposta parece ter dado certo, permitindo à China superar o próprio recorde: os mesmos 120 milhões de graus Celsius, mantidos por 101 segundos, no começo de 2021.

Os cientistas afirmam que continuarão a pesquisa, testando novos elementos e átomos para reações diferenciadas, no intuito de superar o tempo de manutenção sustentável da fusão.

Já assistiu aos nossos novos vídeos no YouTube? Inscreva-se no nosso canal!