O CEO da SpaceX, Elon Musk, tornou a afirmar, em seu perfil no Twitter, que a humanidade está caminhando para um colapso graças à queda na taxa de fertilidade mundial, o que pode ser um obstáculo em seus planos de criar uma cidade em Marte.

Musk ainda seguiu o “fio”, tecendo críticas à Organização das Nações Unidas (ONU), cujas projeções, segundo ele, “não fazem nenhum sentido”: “basta multiplicar os nascimentos do ano passado pela expectativa média de vida. Dada a tendência de queda na taxa de nascimentos, [não haver gente suficiente para Marte] é o melhor cenário a não ser que isso seja revertido”.

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Segundo o WorldMeters, a Terra fechou o ano de 2021 com uma população de 7,9 bilhões de pessoas. Uma análise do grupo MacroTrends indica que o ano passado teve uma taxa média de fertilidade de 2,2 crianças por mulher (queda de 0,41% em relação a 2020, que por sua vez teve o mesmo percentual de queda para 2019, que teve a mesma diferença para 2018).

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Em outros números, o Statista mostra que 49% das mulheres do mundo com idade entre 15 e 49 anos adotaram algum método contraceptivo a fim de prevenir a ocorrência de uma gravidez.

“Se já não tem gente suficiente para a Terra, então definitivamente não haverá gente suficiente para Marte”, disse Musk em outro tuíte.

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O problema com o cálculo de Musk, segundo alguns respondentes à postagem, é que ele só faz sentido em uma análise superficial: projeções indicam que, se cada pessoa no planeta Terra ficasse uma ao lado da outra, “o mundo” caberia com folga em Manhattan, Nova York.

Mas essa perspectiva não considera o espaço necessário para recursos: como alguns usuários apontaram em resposta ao bilionário, ainda que uma pessoa ocupe – ela própria – pouco espaço físico, ela ainda precisaria de mais disponibilidade de terra para, por exemplo, cultivar os bens necessários para a produção de comida ou de roupas. “De repente, uma única pessoa acaba usando bastante espaço quando você considera esses detalhes”, disse o usuário James Moriarty, escritor de livros de ficção, que também mencionou outras necessidades – estruturas de produção energética ou a ocupação tomada pela produção de lixo, por exemplo.

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Mais além, os números citados por Musk em tuítes subsequentes – contendo links para matérias que ressaltam a queda na taxa de natalidade global – consideram apenas o resultado expresso, sem mencionar muito o contexto deles: desde fevereiro de 2020, estamos em uma oficialmente declarada pandemia globalizada – isso tende a deixar as pessoas mais cautelosas, adiando planos para “fabricar bebês”.

Foto do bilionário Elon Musk
Elon Musk acredita que declínio populacional da Terra deve levar a humanidade à situação de risco (Imagem: Naresh777/Shutterstock)

Isso, fora outras questões também apontadas pelos internautas: o mundo inteiro vai aceitar abandonar o consumo de carne e adotar uma dieta vegana? Se não, então precisaremos de espaço para a criação de gado ou viveiros de peixes, apenas para citar mais um exemplo.

A preocupação de Musk, contudo, tem uma certa lógica: há cerca de um ano (especificamente, em 17 de janeiro de 2020), o CEO, em mais uma de suas muitas séries de tuítes, disse que pretende construir cerca de mil unidades de sua nave orbital Starship, as quais serão usadas para levar um milhão de pessoas a Marte para a construção de uma colônia. 

Isso, claro, como parte de um plano interplanetário de assegurar a sobrevivência da espécie humana que está ameaçada, entre muitos outros fatores, pela… superpopulação da Terra. Ao menos, essa é uma das muitas teorias. Outras incluem o consumismo e a produção de bens em velocidade maior do que a Terra possa compensar.

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