O acesso dos brasileiros aos serviços bancários foi impulsionado pela adoção dos bancos digitais, que, por sua vez, foi um nicho que ganhou força com as medidas de isolamento ao longo da pandemia.
É o que aponta um levantamento recente do Instituto Locomotiva*. Cerca de 19% dos brasileiros já possuem conta aberta em bancos digitais, com um destaque para a parcela da população de baixa renda, que responde por 30% do total (Classe D e E). *A pesquisa ouviu 1.519 pessoas com 18 anos ou mais de 27 de outubro a 7 de novembro de 2021.
Para Renato Meirelles, presidente do instituto, o avanço da Covid-19 também aumentou o receio de se expor ao vírus indo até uma agência física, o que fez cair consideravelmente a procura pelos bancos tradicionais. Por outro lado, com as pessoas em casa, o acesso à internet cresceu, bem como a demanda por serviços financeiros e compras online, acrescentou o executivo.
“Além de fazer crescer o mercado das fintechs, isso mudou o perfil desse público. Por isso, temos 30% que são das classes D e E. Praticamente, um terço de quem tem conta em fintechs vem das classes D e E”.
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Outras estatísticas também ajudam a entender essa inclusão: 86% dos brasileiros afirmam que os bancos digitais permitem que pessoas, antes discriminadas por outras instituições financeiras, também tenham conta, ao passo que 80% dizem que o segmento não discrimina os clientes conforme a sua renda. Por fim, ainda há o fato dos serviços totalmente digitais cobrarem menos taxas e geralmente serem mais fáceis de usar.
“Hoje abrir uma conta em um banco digital é muito mais fácil, muito menos burocrático”, comentou o executivo. “Você tira uma foto e consegue provar que é você. Não precisa mais mandar aqueles 50 documentos. Isso torna o sistema financeiro mais democrático e mais acessível para a parcela da população que não era tão bem atendida antes da existência das fintechs. Este é mais um motivo para a adesão das pessoas ao banco digital”
Durante a pandemia, outro fato que chamou a atenção foram os idosos aprendendo a usar novas tecnologias, dentre elas os bancos digitais. “Como os mais velhos eram do grupo de risco, tinham mais dificuldade para ir aos bancos. E isso os levou a se digitalizar mais”, finalizou Meirelles.
Por fim, a pesquisa também revela que 57% dos entrevistados têm conta tanto em bancos tradicionais como digitais. Já entre os jovens (18 a 24 anos), 36% possuem apenas conta digital.
Fonte: Agência Brasil
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