Relativity Space está perto de lançar foguete feito em impressão 3D

Empresa disse que já está em processo de testes do veículo, o que a coloca mais próxima de cumprir promessa de lançamento em 2022
Por Rafael Arbulu, editado por Rafael Rigues 07/02/2022 14h11, atualizada em 07/02/2022 16h04
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Imagem: Relativity Space/Divulgação
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A startup californiana Relativity Space compartilhou, via Twitter, mais uma atualização no desenvolvimento de seu foguete Terran, feito em impressão 3D: no último dia 4, Tim Ellis, CEO e cofundador da companhia, disse ter batido o próprio recorde de testes de motor feitos em um dia — nove ao todo.

No mesmo tuíte, ele também ressaltou “um progresso espetacular” na “integração de estágios”. Ellis, ex-Blue Origin, criou a empresa junto de Jordan Noone, ex-SpaceX, no intuito de criar um foguete quase que inteiramente construído por um processo mais barato, mas igualmente eficiente, que os métodos comuns.

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De acordo com Ellis, a fábrica onde o foguete está sendo desenvolvido — apelidada de “Stargate” — tem capacidade de criar praticamente todos os componentes do veículo em impressão 3D. E o primeiro foguete, o Terran-R, pode ir de “coleta e processamento da matéria-prima” para “pronto para voo” em cerca de 60 dias.

Em suma, Ellis promete não apenas um processo mais barato, como também mais rápido.

O projeto atual é o foguete Terran-1, um modelo padrão de dois estágios, desenhado especificamente para lançar pequenos satélites à baixa órbita da Terra (LEO). Segundo seus dados técnicos, o primeiro estágio é impulsionado por nove propulsores Aeon-1, cada um produzindo cerca de 100 quilonewtons (kN) de força (algo próximo de 10,2 toneladas). No caso do segundo estágio, um único motor Aeon-1 Vacuum produz 126 kN. Ao todo, o foguete carrega 1,25 tonelada de carga.

Vale lembrar que a Relativity Space vem crescendo em saltos notáveis: em apenas dois anos de sua fundação em 2015, a empresa conseguiu aproximadamente US$ 1,3 bilhão (R$ 6,88 bilhões) de valoração de capital — cortesia de múltiplos investimentos de fundos privados, como Baillie Gifford, Blackrock, BOND, Fidelity, General Catalyst e do bilionário Mark Cuban (apresentador original do Shark Tank nos EUA).

Recentemente, a empresa foi uma das 12 selecionadas pela agência espacial norte-americana (NASA) para participar do programa de missões “VADR” (Venture-Class Acquisition of Dedicated and Rideshare), que visa a oferta de entregas de cargas espaciais de múltiplas finalidades — imagine um foguete que vai para a Estação Espacial Internacional (ISS), mas no meio do caminho, deixa um satélite que “pegou carona” no voo.

Ainda não há uma data específica para o lançamento do Terran-1: a Relativity Space planejava alçar voo com ele ao final de 2021, mas adiamentos fizeram com que a empresa adotasse o “início de 2022” como a expectativa mais recente. Já o Terran-R deve sair em 2024.

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Jornalista formado pela Universidade Paulista, Rafael é especializado em tecnologia, cultura pop, além de cobrir a editoria de Ciências e Espaço no Olhar Digital. Em experiências passadas, começou como repórter e editor de games em diversas publicações do meio, e também já cobriu agenda de cidades, cotidiano e esportes.

Redator(a)

Rafael Rigues é redator(a) no Olhar Digital