Asteroide Ryugu é ‘coberto de pedras achatadas e alongadas’, diz estudo

Cientistas analisaram amostras coletadas pela sonda japonesa Hayabusa-2, que pousou no asteroide próximo da Terra em 2018
Por Rafael Arbulu, editado por Rafael Rigues 11/02/2022 18h38, atualizada em 14/02/2022 09h51
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Imagem: JAXA/Reprodução
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Cientistas da agência espacial japonesa (JAXA) e da Universidade de Tóquio concluíram a análise das amostras do asteroide Ryugu, divulgando os detalhes da rocha espacial em um estudo publicado no jornal científico Science.

De acordo com a avaliação feita pelo autor Shogo Tachibana, químico especializado em artefatos espaciais da universidade, o asteroide Ryugu é repleto de “pedras achatadas e alongadas”, compartilhando com o Space.com o “nervosismo” de lidar com as amostras de forma cuidadosa.

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“Tivemos muitos momentos de ‘dar nos nervos’… A recuperação segura da cápsula (contendo as amostras) e a preparação rápida e correta do contêiner e da câmara de contenção foram as mais assustadoras para mim. Tivemos que abrir o contêiner e remover as partículas quanto antes”, disse Tachibana.

O processo de coleta foi um dos mais engenhosos: a sonda Hayabusa-2 deixou a Terra em 2014, chegando ao asteroide em 2018 (e produzindo o vídeo acima, um dos mais memoráveis da astronomia, diga-se de passagem). Uma vez posicionado sobre a rocha, a sonda coletou o equivalente a 5,4 gramas (g) de pedriscos e amostras de solo, colocando o material em um recipiente que foi enviado à Terra, chegando por aqui em 2020 e caindo no oceano.

“Nós nos concentramos na comparação entre as pedras de cascalho observadas pela sonda (em vídeo) e as amostras enviadas por ela, a fim de avaliar a representatividade dos grãos coletados em uma área limitada do asteroide“, disse Tachibana. “As amostras representam bem as partículas da superfície do asteroide Ryugu de um ponto de vista morfológico. Essa morfologia — provavelmente correspondente a pedaços quebrados de rochas maiores — parece bem característica de pedrinhas superficiais, e temos elas em nossas mãos agora”.

A missão Hayabusa-2 não retornará mais nenhuma amostra de asteroide, mas isso não significa que ela acabou. Desde que partiu do asteroide Ryugu, ela embarcou em uma longa jornada rumo ao asteroide 2001 CC21, onde chegará em meados de 2026 para coletar dados de observação. Depois, fará o mesmo com o asteroide 1998 KY26, em 2031.

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Jornalista formado pela Universidade Paulista, Rafael é especializado em tecnologia, cultura pop, além de cobrir a editoria de Ciências e Espaço no Olhar Digital. Em experiências passadas, começou como repórter e editor de games em diversas publicações do meio, e também já cobriu agenda de cidades, cotidiano e esportes.

Redator(a)

Rafael Rigues é redator(a) no Olhar Digital