Grupos de Telegram se tornam fonte de fotos íntimas não autorizadas; entenda

Por Matheus Barros, editado por Acsa Gomes 17/02/2022 15h12, atualizada em 18/02/2022 22h29
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Uma investigação realizada pela BBC descobriu que os grupos e canais de Telegram se tornaram um dos principais meios de divulgação de fotos e vídeos íntimos de mulheres de todo o mundo sem autorização.  

As mensagens são compartilhadas em grupos com milhares de pessoas e juntamente das fotos ou vídeos, os remetentes encaminham os nomes, telefones e redes sociais das vítimas, em alguns casos, até mesmo os endereços foram compartilhados.  

A reportagem conta o caso de uma jovem que enviou uma foto íntima para uma pessoa e se viu exposta para diversas pessoas depois que o destinatário enviou a imagem em um grupo de Telegram com 18 mil pessoas.

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Em outro caso, uma mulher precisou se mudar do Azerbaijão para Cuba após seu ex-marido publicar um vídeo de uma relação sexual dos dois. A vítima acredita que o ex-companheiro fez isso como uma maneira de chantagear seu irmão, um crítico do presidente do Azerbaijão.  

As duas vítimas procuraram o Telegram para denunciar seus casos, porém, a plataforma não se manifestou. A rede social não possui uma política voltada para compartilhamento de imagens íntimas de maneira não consensual.  

No entanto, os termos de serviço informam que usuários não podem “postar conteúdo pornográfico ilegal em canais, bots, etc. do Telegram publicamente visíveis”, mas não é o que está acontecendo.  

Para testar o rigor do Telegram com o conteúdo pornográfico em ambientes não privados, a equipe da BBC denunciou 100 imagens como pornografia por meio do recurso próprio da plataforma. Um mês após a denúncia, 96 fotos continuavam na plataforma, as outras quatro não puderam mais ser acessadas pois os grupos não estavam mais disponíveis.

Homem olhando imagens pornográficas na tela do computador
Grupos de Telegram se tornam fonte de fotos íntimas não autorizadas. Imagem: M-Production/Shutterstock

O aplicativo se tornou um dos principais focos no compartilhamento de imagens íntimas sem autorização pela facilidade de os remetentes esconderem sua identificação, como nome real, número de telefone e foto de perfil. Sem contar que os canais e grupos da plataforma permitem que as imagens cheguem a milhares de usuários de maneira rápida.  

Moderadores de conteúdo do Telegram relevaram, em condição de anonimato, que recebem relatórios de um sistema automatizado e devem classificar em “spam” e “não spam”. Os funcionários ainda contaram que não buscam ativamente por conteúdo pornográfico e que a plataforma não possui nenhuma inteligência artificial para isso. 

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Matheus Barros
Redator(a)

Formado em Jornalismo pela FIAM FAAM, Matheus Barros iniciou seu trabalho em redação jornalística no portal da RedeTV! e hoje atua como repórter de Internet e Redes Sociais do Olhar Digital.

Acsa Gomes
Redator(a)

Acsa Gomes é formada em Comunicação Social com ênfase em Jornalismo pela FAPCOM. Chegou ao Olhar Digital em 2020, como estagiária. Atualmente, faz parte do setor de Mídias Sociais.