Uma investigação realizada pela BBC descobriu que os grupos e canais de Telegram se tornaram um dos principais meios de divulgação de fotos e vídeos íntimos de mulheres de todo o mundo sem autorização.  

As mensagens são compartilhadas em grupos com milhares de pessoas e juntamente das fotos ou vídeos, os remetentes encaminham os nomes, telefones e redes sociais das vítimas, em alguns casos, até mesmo os endereços foram compartilhados.  

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A reportagem conta o caso de uma jovem que enviou uma foto íntima para uma pessoa e se viu exposta para diversas pessoas depois que o destinatário enviou a imagem em um grupo de Telegram com 18 mil pessoas.

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Em outro caso, uma mulher precisou se mudar do Azerbaijão para Cuba após seu ex-marido publicar um vídeo de uma relação sexual dos dois. A vítima acredita que o ex-companheiro fez isso como uma maneira de chantagear seu irmão, um crítico do presidente do Azerbaijão.  

As duas vítimas procuraram o Telegram para denunciar seus casos, porém, a plataforma não se manifestou. A rede social não possui uma política voltada para compartilhamento de imagens íntimas de maneira não consensual.  

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No entanto, os termos de serviço informam que usuários não podem “postar conteúdo pornográfico ilegal em canais, bots, etc. do Telegram publicamente visíveis”, mas não é o que está acontecendo.  

Para testar o rigor do Telegram com o conteúdo pornográfico em ambientes não privados, a equipe da BBC denunciou 100 imagens como pornografia por meio do recurso próprio da plataforma. Um mês após a denúncia, 96 fotos continuavam na plataforma, as outras quatro não puderam mais ser acessadas pois os grupos não estavam mais disponíveis.

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Homem olhando imagens pornográficas na tela do computador
Grupos de Telegram se tornam fonte de fotos íntimas não autorizadas. Imagem: M-Production/Shutterstock

O aplicativo se tornou um dos principais focos no compartilhamento de imagens íntimas sem autorização pela facilidade de os remetentes esconderem sua identificação, como nome real, número de telefone e foto de perfil. Sem contar que os canais e grupos da plataforma permitem que as imagens cheguem a milhares de usuários de maneira rápida.  

Moderadores de conteúdo do Telegram relevaram, em condição de anonimato, que recebem relatórios de um sistema automatizado e devem classificar em “spam” e “não spam”. Os funcionários ainda contaram que não buscam ativamente por conteúdo pornográfico e que a plataforma não possui nenhuma inteligência artificial para isso. 

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