Você sabe como fugir de golpes financeiros na internet? Aprenda!

A internet tem se transformado em um local para a prática de vários golpes financeiros; veja como fugir deles e se manter seguro
Por Lauro Lam, editado por Karoline Albuquerque 23/02/2022 21h21, atualizada em 09/12/2022 15h32
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Muita gente vê pessoas desfrutando de uma vida de luxo nas redes sociais e logo imagina que tudo é fruto de anos de trabalho e sucesso profissional. No entanto, por trás de carros de luxo e viagens paradisíacas, há também um perigoso inimigo: golpes online. Eles podem chegar por meio da oferta de uma pirâmide financeira, com a oferta de um investimento imperdível com rendimentos acima dos oferecidos pelo mercado ou até mesmo com um excelente argumento que fará você enviar um Pix na hora.   

Com a popularidade das criptomoedas e ativos digitais, os cidadãos devem ficar ainda mais atentos quanto a possíveis golpes, tendo em vista que o universo online é repleto de meios que podem causar danos irreversíveis ao patrimônio, principalmente quando determinados cuidados não são priorizados nesses novos meios de aplicações financeiras.  

Cuidados com as promessas milagrosas 

Em entrevista ao Olhar Digital, o assessor de investimentos da Monte Bravo de São José dos Campos, no interior de São Paulo, Breno Andrade, diz que o primeiro cuidado que as pessoas devem ter antes de confiarem em uma pessoa ou instituição é por meio da verificação se os projetos de investimentos são realmente viáveis e com transparência, com os devidos registros nos órgãos oficiais.  

“Se temos promessas de lucros surreais com retornos altíssimos e em intervalos curtos, a chance de ser golpe é grande. As fraudes financeiras no esquema de pirâmide são antigas, mas continuam surgindo no mercado de forma nova e, com o fácil acesso à internet ganha força e velocidade”, disse Andrade.

Segundo o especialista do mercado financeiro, a promessa de enriquecer pode até parecer tentadora, porém participar ou fundar um esquema de pirâmide é crime contra a economia popular. 

“Propor a oferta de ganhos elevados e rápidos com pagamento de comissões excessivas, acima das receitas advindas de vendas de bens reais e não sustentabilidade do modelo de negócio desenvolvido pela organização é crime. Existem indícios que podem servir de alerta aos investidores que estão diante de uma possível fraude”, alerta.

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Desconfie e pesquise antes de qualquer investimento

Andrade explicou que no primeiro momento é preciso desconfiar de discursos que prometem dinheiro fácil, o famoso “risco zero” e a exigência de depósitos em contas correntes de diferente titularidade. 

“É importante ligar o sinal de alerta para qualquer promessa de retornos elevados sem riscos – ou com riscos muito baixos – em um intervalo de tempo curto, além da garantia de fluxos constantes de rendimentos. Esses são os primeiros sinais evidentes de que você está diante de uma fraude”, afirmou. 

De acordo com o assessor de investimentos, o mundo digital reserva inúmeros tipos de golpes, como vendas fakes em sites conhecidos, muitas vezes raqueados, por meio da clonagem do WhatsApp, sendo bem comum e recorrente nos últimos meses.  

Nesse caso, a pessoa passa por algum conhecido e começa a pedir dinheiro para uma determinada emergência. E claro: o Pix. 

Portanto, a dica é sempre desconfiar, mantendo o seu smartphone com recursos de proteção, como a dupla verificação e mudanças constantes de senhas. 

No caso do Pix, vale a pena introduzir limites máximos baixos de transferências, geralmente até R$ 1 mil, principalmente em períodos noturnos. 

“Em qualquer transação, observe os dados de quem vai receber a transferência. Analise o CNPJ, CPF ou número de telefone. Nunca faça o procedimento se não estiver com todos os dados confirmados. E evite enviar dinheiro para alguém que peça via Whatts a não ser que você tenha total certeza de que se trata de um familiar ou alguém próximo da família”, orienta Breno.     

especialista mercado Breno Andrade
Especialista diz que o primeiro passo para evitar golpes na internet é sempre desconfiar de ofertas que sejam fora da realidade, com ganhos bem acima em relação aos praticados pelo mercado financeiro. Imagem: Arquivo Pessoal

Dicas para você não cair em ciladas 

Existem alguns indícios de pessoas mal intencionadas que agem na internet, principalmente oferecendo rendimentos bem acima dos praticados pelo mercado. 

A maioria tem um modus operandi comum e grande parte repete comportamentos que já são conhecidos pelas autoridades. Veja alguns:     

Estereótipos de sucesso 

A imagem é sempre de um investidor bem-sucedido, milionário e com supostos métodos de sucesso financeiro comprovados, uma tática amplamente utilizada para recrutar novos membros. 

O viés de especialização 

Os golpistas se apresentam sempre como grandes especialistas e afirmam que não enriqueceram de uma hora para outra, defendendo sempre uma metodologia própria para acumular riquezas. 

É por tempo limitado 

Para atrair novos participantes, os fraudadores costumam vender a ideia de que aquele investimento é valioso, exclusivo e uma possibilidade única de conseguir altos retornos – e, portanto, uma oportunidade que não deve ser desperdiçada. 

Traga a família e os amigos 

Um dos principais sinais de que você pode estar diante de uma pirâmide é a recomendação para indicar novos membros. As pirâmides sobrevivem da adesão de novos membros que geram mais riquezas para os seus fundadores.

Como evitar ser mais uma vítima? Segundo o especialista, “é preciso investigar o histórico da empresa”. Caso caia em um golpe, a orientação é comunicar imediatamente às autoridades por meio de um Boletim de Ocorrência, avisando também a sua instituição financeira. 

Diversifique os investimentos

E para quem pretende investir em ações, criptomoedas, NFTs ou outros ativos digitais, o especialista alerta para nunca investir mais do que 2% do patrimônio. 

“Sempre diversifique os investimentos e procure sempre instituições sérias, com credibilidade e devidos registros nos órgãos oficiais. Além disso, é importante sempre pesquisar o mercado antes de qualquer aplicação”, conclui Breno.   

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Redator(a)

Lauro Lam é redator(a) no Olhar Digital

Karoline Albuquerque é redator(a) no Olhar Digital