Satélites podem ser alvos da Rússia em conflito com a Ucrânia

Oficial americano responsável por satélites de espionagem dos EUA diz que medidas preventivas podem ser tomadas a fim de evitar “surpresas”
Por Rafael Arbulu, editado por Rafael Rigues 24/02/2022 12h05, atualizada em 25/02/2022 16h12
Satélites Starlink
Foto: Reprodução
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Os EUA têm vários satélites espiões que, no entendimento de oficiais do Escritório Nacional de Reconhecimento (NRO) do país, podem ser alvos da Rússia, que declarou guerra à Ucrânia na última quarta-feira, 23 (24/2 no horário local russo).

“Eu acho que estamos vendo bem claramente que a Rússia está comprometida com o que quer fazer na Ucrânia. Eles querem ganhar”, disse o diretor do NRO, Christopher Scolese, durante conferência da Associação Nacional de Segurança para o Espaço.

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Presidente russo, Vladimir Putin, autorizou operação militar contra a Ucrânia. Imagem: Twitter/Reprodução

Scolese continuou: “então é seguro presumir que, até onde eles podem ir, e até onde eles acharem que irão sem estender esse conflito para além de seu controle, eles vão levar isso para o espaço”.

O diretor não especificou nenhuma ação em potencial por parte do governo russo, mas ressaltou que eles já praticam o embaralhamento de sinais para satélites de GPS, entre outras medidas, pedindo que operadores comerciais e governamentais de satélites assumam uma posição de cautela.

“Eu diria a todos que a coisa mais importante agora é garantir que seus sistemas estejam seguros, e que vocês os estão monitorando bem de perto, porque sabemos como os russos são excelentes atores cibernéticos”, disse Scolese. “E, de novo, é difícil dizer o quão longe chega a abrangência deles quando eles querem atingir um objetivo. Por isso, é melhor estar preparado do que ser pego de surpresa”.

Na noite desta quarta-feira e ao longo da madrugada desta quinta-feira, o Brasil acordou com notícias de diversos veículos mostrando o início de bombardeios russos em grandes cidades ucranianas, como Kiev. Nesta semana, tropas russas cruzaram a fronteira com a Ucrânia, o que foi apontado pelo presidente americano Joe Biden uma invasão, e levou os EUA a imporem diversas sanções em resposta.

O conflito também pode permear outras indústrias, se considerarmos ambientes de importação e exportação: em 2021, o Brasil gastou cerca de US$ 2,7 bilhões (R$ 13,88 bilhões) em importações de produtos russos – 65% disso corresponde a fertilizantes, mas também compramos alumínio, prata, platina, carvão e bens relacionados à indústria de transformação.

Por outro lado, nossas vendas aos russos geraram receita de US$ 1,58 bilhão ( R$ 8,12 bilhões) em 2021, e incluem produtos como soja, carne de aves e de gado bovino, café, açúcares, maquinário não elétrico, ligas de ferro e materiais pertinentes à engenharia civil.

Isso, fora outros mercados, como eSports e, como vimos aqui, a indústria espacial.

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Jornalista formado pela Universidade Paulista, Rafael é especializado em tecnologia, cultura pop, além de cobrir a editoria de Ciências e Espaço no Olhar Digital. Em experiências passadas, começou como repórter e editor de games em diversas publicações do meio, e também já cobriu agenda de cidades, cotidiano e esportes.

Redator(a)

Rafael Rigues é redator(a) no Olhar Digital