A invasão da Rússia à Ucrânia no começo desta semana levou o presidente norte-americano Joe Biden a autorizar a imposição de sanções que, segundo ele próprio, “podem degradar o programa espacial russo”. As ações militares no Leste Europeu já deixaram pelo menos 40 mortos, segundo a AFP.

Em pronunciamento oficial feito na TV americana na noite desta quinta-feira (24), Biden afirmou que as sanções autorizadas devem cortar mais da metade das importações de alta tecnologia da russa, severamente limitando a capacidade do governo de Vladimir Putin de aprimorar seu setor militar.

publicidade

Leia também

“Putin é o agressor. Putin escolheu esta guerra, e ele e seu país vão enfrentar as consequências. Hoje, estou autorizando fortes sanções e novas limitações no que pode ser exportado para a Rússia”, disse Biden, em seu pronunciamento nesta quinta-feira (24).

publicidade

“Os Estados Unidos não estão fazendo isso sozinhos”, continuou. “Nós estamos construindo uma coalizão que representa bem mais que a metade da economia global, [com] 27 membros da União Europeia, incluindo a França, Alemanha, Itália, além do Reino Unido, Canadá, Japão, Austrália, Nova Zelândia e muitos outros, a fim de amplificar o impacto conjunto de nossa resposta”.

O primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, também afirmou ao parlamento britânico que, apesar de seu desejo de continuar “a colaboração artística e científica”, acha difícil que isso seja mantido em virtude dos recentes acontecimentos.

publicidade

Antes do pronunciamento, as agências espaciais dos dois países — NASA e Roscosmos — afirmaram em comunicado que a cooperação de astronautas americanos e cosmonautas russos continua sem alteração. Ambos os países têm viajantes espaciais instalados na Estação Espacial Internacional (ISS).

Em uma série de publicações feitas no Twitter, o diretor da Roscosmos não citou o nome de forma expressa, mas direcionou palavras ao que parece ser o pronunciamento de Joe Biden:

publicidade

“Você quer destruir a nossa cooperação na ISS?” — disse Rogozin, segundo a ferramenta de tradução automática do Twitter. “Se você bloquear a cooperação conosco, quem vai salvar a ISS de uma deórbita descontrolada e eventual queda sobre os EUA ou Europa? Também há a opção de derrubar uma estrutura de 500 toneladas na India ou China. Você quer ameaçar eles com tal possibilidade? A ISS não voa sobre a Rússia, então todos os riscos serão seus. Você está disposto a aceitá-los?”

A ênfase na cooperação dos dois países no espaço não vem à toa: um dos projetos mais interessantes em desenvolvimento pelo programa espacial russo é a cápsula Orel, que o país pretende lançar do novo foguete Angara em uma nova plataforma em construção no cosmódromo Vostochny. A Orel foi desenhada com a capacidade de se acoplar à Gateway, a estrutura avançada que a NASA planeja lançar ao espaço no futuro.

Mais além, a agência espacial europeia (ESA) costumeiramente usa os foguetes Soyuz para executar algumas de suas missões. Por exemplo: a agência lançará, em 6 de abril, dois satélites Galileo a partir da Guiana Francesa. E no setor privado, os foguetes Soyuz também prestam serviço à empresa londrina OneWeb, que tem um lançamento com os russos marcado para 4 de março.

Já assistiu aos nossos novos vídeos no YouTube? Inscreva-se no nosso canal!