Sanções dos EUA tornaram Huawei mais unida e fortalecida, diz filha do fundador

A filha do fundador da Huawei, Meng Wanzhou, disse que as inúmeras sanções dos EUA contribuíram para a empresa ficar mais unida e fortalecida
Por Lauro Lam, editado por Karoline Albuquerque 28/03/2022 16h51, atualizada em 28/03/2022 17h02
Celulares com a bandeira dos EUA e logo da Huawei
Huawei x EUA Créditos: Shutterstock
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Após várias sanções impostas pelos Estados Unidos, que ocasionaram em prejuízos na produção dos próprios chips e também no ganho de mercado de smartphones, a Huawei Tecnologies está mais unida e fortalecida. A avaliação é da chefe de finanças da gigante chinesa das telecomunicações, Meng Wanzhou. Ela é filha do fundador da empresa, Ren Zhengfei, e chegou a ficar detida no Canadá, em 2018, por supostas acusações de vendas de equipamentos ao Irã, descumprindo uma determinação dos EUA.  

Retorno bem-sucedido 

Depois de cumprir a pena e restrições comerciais que vigoraram de 2019 a 2020, Meng retornou à China em setembro do ano passado, entrando em acordo com os promotores norte-americanos em um caso de fraude bancária. Agora, ela considera que a equipe da empresa está mais resiliente. 

“Nos últimos anos, nossas equipes sofreram muita pressão e, ao longo desse processo, nos tornamos mais unidos e nossa estratégia ficou mais clara”, disse.

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Queda na receita 

As sanções de Washington tiveram vários impactos negativos nos negócios da Huawei. A receita anual caiu 29% no ano passado, para US$ 100 bilhões. No entanto, o lucro líquido teve uma salto recorde de 76% sobre o balanço anterior, principalmente por conta da venda de sua divisão de aparelhos Honor e negócios de servidores sob pressão dos EUA. 

Meng atribuiu a queda de receita ao impacto das sanções norte-americanas nas vendas de smartphones, acrescentando outros problemas, tais como: pandemia de Covid-19, dificuldades na cadeia de suprimentos e a desaceleração da demanda por estações base 5G na China. 

Novos investimentos da gigante das telecomunicações chinesa devem priorizar inteligência artificial, conectividade WiFi6, energia verde, computação automotiva e em nuvem. Imagem: Shutterstock

Guo Ping, atual presidente rotativo da Huawei, disse que a empresa espera encontrar uma solução para sustentar sua divisão de smartphones, aumentando os investimentos em pesquisas na área dos microchips. 

Embora Guo não tenha divulgado possíveis investimentos em uma fábrica de semicondutores, há algumas tendências de novas aplicações, como inteligência artificial (IA), conectividade Wifi6, energia verde, computação automotiva e em nuvem, como foco em novas oportunidades de negócios.

Questionado se a Huawei seria afetada pelas sanções dos EUA contra a Rússia, Guo disse que a empresa está avaliando políticas relacionadas, acrescentando que não tem planos de levar seu sistema operacional móvel Harmony OS para o exterior.

Via: Reuters 

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Redator(a)

Lauro Lam é redator(a) no Olhar Digital

Karoline Albuquerque é redator(a) no Olhar Digital