Um estudo realizado pelo Hospital Infantil de Boston, nos Estados Unidos, descobriu o motivo pelo qual a Covid-19 é capaz de gerar uma inflamação generalizada em pacientes que desenvolvem a doença de maneira grave.  

A pesquisa apontou que os anticorpos adquiridos pela infecção do SARS-CoV-2 podem também gerar inflamação, o que não acontece com os anticorpos gerados pelas vacinas de mRNA contra a Covid-19.  

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“Sabemos que muitos marcadores inflamatórios estão elevados em pessoas com doença grave e que a inflamação está na raiz da gravidade da doença, mas não sabíamos o que desencadeia a inflamação”, contou o pesquisador chefe, Judy Lieberman.  

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Ao examinar amostras de sangue de pacientes infectados e comparar com a de pessoas saudáveis, foi possível descobrir que a Covid-19 é capaz de infectar monócitos – células imunes no sangue que atuam em uma primeira resposta à infecção. A doença também afeta macrófagos, células que desempenham papel semelhante no pulmão.  

Após serem infectadas, essas células explodem de maneira que causa diversos sinais de alarme inflamatório. “Nos pacientes infectados, cerca de 6% dos monócitos do sangue estavam morrendo de morte inflamatória. Esse é um grande número para encontrar, porque as células moribundas são rapidamente eliminadas do corpo”, explicou Lieberman.  

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Representação gráfica do SARS-CoV-2
Pesquisadores descobrem motivos da inflamação geral causada pela Covid-19. Imagem: Kateryna Kon/Shutterstock

Ao fazer uma busca mais minuciosa da presença do SARS-CoV-2 no corpo humano, os pesquisadores descobriram que cerca de 10% dos monócitos e 8% dos macrófagos pulmonares estavam infectados, o que foi uma surpresa.  

Lieberman relatou que a absorção do vírus por essas células é também uma forma de defesa do organismo, pois ela acaba recrutando outras células imunológicas. No entanto, isso acaba causando a liberação dessas moléculas de inflamação. “Em pessoas mais propensas à inflamação, como os idosos, isso pode ficar fora de controle.” 

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A pesquisa ainda concluiu que alguns monócitos específicos eram propensos a serem infectados pois carregavam um receptor chamado CD16. Esses monócitos representam 10% deste grupo, porém, pacientes infectados tendem a ver essa taxa aumentar no organismo. 

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