Uma lula com olhos diferentes – um bem grande e amarelado e outro bem pequeno e preto – foi avistada durante o passeio de um drone controlado por cientistas do Instituto de Pesquisa do Aquário da Baía de Monterey (MBARI), na Califórnia. O animal é chamado “lula morango” (Histioteuthis heteropsis) e, embora não necessariamente “raro”, ainda é bastante incomum.

O encontro ocorreu ao final de março, perto de Monterey Canyon – uma região bem profunda no litoral da Califórnia que, para fins de comparação, é quase do tamanho do Grand Canyon, perto de Las Vegas – só que embaixo d’água. Esse tamanho acaba servindo de casa para uma biodiversidade bastante variada.

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“A gente as vê com frequência – talvez uma vez a cada quatro mergulhos. Entretanto, elas também não são necessariamente abundantes”, disse Bruce Robinson, cientista sênior do MBARI, que não estava na expedição.

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De acordo com as informações divulgadas, o time de mergulho controlava um drone chamado “Doc Ricketts”, que tem um porte relativamente pequeno mas é equipado com uma câmera 4K, para filmagens submarinas em altíssima definição.

A lula morango com olhos diferentes não é das maiores – segundo o instituto, ela chega no máximo a 13 centímetros (cm). Elas podem ser encontradas pouco depois de 720 metros (m) de profundidade em águas tropicais.

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Os olhos não são derivados de alguma má formação genética, mas sim uma ferramenta de caça: a lula morango usa seu olho maior para observar regiões acima dela: presas que façam sombra na luz no nível do mar podem ser capturadas por ela, ao passo em que o olho menor é adaptado a enxergar melhor no escuro e buscam por sinais de bioluminescência – a capacidade natural de alguns seres vivos de produzir a própria luz.

Elas, contudo, não nascem assim: quando jovens, essas lulas têm olhos perfeitamente simétricos – um deles é que “salta” e dobra de tamanho quando se chega à fase adulta.

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Mais além, sua cor vermelha intensa na verdade a ajuda a se camuflar no oceano: o time do instituto explicou que a luz vermelha não desce até o fundo do mar, então a cor natural do animal acaba escondendo-o de predadores. Mais além, os pontos pretos em seu corpo são chamados “fotofósforos”, e produzem luz que imita a luminosidade ambiente, ampliando sua capacidade de ficar invisível.

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