Cometa descoberto por astrônomo brasileiro tem o maior núcleo já visto

NASA confirma que núcleo do cometa Bernardinelli-Bernstein tem cerca de 130 km de extensão - o suficiente para viajar de São Paulo a Holambra
Por Rafael Arbulu, editado por André Lucena 12/04/2022 17h41, atualizada em 12/04/2022 20h00
megacometa
A ilustração deste artista mostra o distante cometa Bernardinelli-Bernstein como ele poderia se parecer no Sistema Solar exterior. O cometa Bernardinelli-Bernstein é estimado em cerca de 1000 vezes mais massivo do que um cometa típico, tornando-o indiscutivelmente o maior cometa descoberto nos tempos modernos. Tem uma órbita extremamente alongada, viajando para dentro da distante Nuvem de Oort ao longo de milhões de anos. É o cometa mais distante a ser descoberto em seu caminho de entrada. (Crédito da imagem: NOIRLab / NSF / AURA / J. Da Silva)
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O objeto C/2014 UN271 (conhecido como “cometa Bernardinelli-Bernstein”) segue impressionando a comunidade astronômica devido às suas proporções descomunais. Agora, o cometa descoberto pelo brasileiro Pedro Bernardinelli em outubro de 2014 foi reconhecido pela NASA como dono do maior núcleo já visto de seu tipo.

Segundo comunicado publicado no site oficial da agência espacial americana, o cometa tem um núcleo de mais ou menos 130 quilômetros de extensão. Dentro dessa distância, é possível viajar de São Paulo até a região interiorana de Holambra, por exemplo.

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De acordo com o comunicado, foram dados capturados pelo telescópio espacial Hubble que permitiram que a análise fosse conduzida: “o núcleo tem cerca de 50 vezes o tamanho daqueles encontrados na maioria dos cometas. Sua massa é estimada em 500 trilhões de toneladas, cerca de 100 vezes maior do que a massa de qualquer cometa comum encontrado mais perto do Sol”, diz trecho da divulgação.

A medida vem para confirmar o status do cometa descoberto pelo astrônomo brasileiro como um “megacometa”, complementando um estudo divulgado em fevereiro deste ano que já posicionava o Bernardinelli-Bernstein como tendo 137 km de extensão da coroa à cauda – quase o dobro do recordista anterior.

Com essas proporções, o cometa praticamente esbarra na classificação de “planeta menor”, uma categoria que a comunidade internacional reconhece em corpos como Plutão, por exemplo.

Em sua atual trajetória, viajando a uma velocidade média de 35,5 mil quilômetros por hora  (km/h), cientistas afirmam que ele vem da “borda” do nosso sistema solar em direção ao centro – mas ele deve parar a mais ou menos 1,6 bilhão de km de distância do Sol – essa distância é maior do que o caminho entre nossa estrela e Saturno, por exemplo.

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Jornalista formado pela Universidade Paulista, Rafael é especializado em tecnologia, cultura pop, além de cobrir a editoria de Ciências e Espaço no Olhar Digital. Em experiências passadas, começou como repórter e editor de games em diversas publicações do meio, e também já cobriu agenda de cidades, cotidiano e esportes.

André Lucena
Ex-editor(a)

Pai de três filhos, André Lucena é o Editor-Chefe do Olhar Digital. Formado em Jornalismo e Pós-Graduado em Jornalismo Esportivo e Negócios do Esporte, ele adora jogar futebol nas horas vagas.