Um “médico holográfico” prestou atendimento na ISS em outubro de 2021

Em 2021, NASA “enviou” projeção de médicos para interagirem com os moradores da estação espacial, com auxílio de empresa de tecnologia
Rafael Arbulu19/04/2022 18h32
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(Imagem: NASA/ESA/Aexa/Divulgação)
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A NASA usou tecnologia da empresa de tecnologia Aexa Aerospace para “enviar” um “médico holográfico” para a Estação Espacial Internacional (ISS), em uma ação experimental em outubro de 2021. Segundo a agência e a companhia, essa pode ser uma nova forma de exploração espacial, que não requer a nossa presença física no espaço, mas leva para lá “a nossa essência”.

O médico enviado foi o cirurgião de voo da NASA, o Dr. Josef Schmid, que saudou os inquilinos da ISS com a famosa “saudação vulcana”, eternizada pelo ator Leonard Nimoy na série Star Trek, onde viveu o personagem chamado “Sr. Spock”.

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Corpo clínico tinha "médico holográfico" que interagiu com integrantes da ISS em outubro de 2021
Corpo clínico tinha “médico holográfico” que interagiu com integrantes da ISS em outubro de 2021 (Imagem: NASA/ESA/Aexa/Divulgação)

“Não importa se a estação espacial está viajando a 28 mil km/h e em constante movimento a 400 km acima da superfície da Terra, o astronauta pode voltar para cá com três minutos ou três semanas de operação do semana, e nós podemos chegar lá na hora, ao vivo, da ISS”, disse Schmid.

Schmid conversou com Thomas Pesquet, astronauta da agência espacial europeia (ESA), na ocasião. Segundo ambos, o projeto fez uso de um sistema HoloLens, da Microsoft, mas com um sistema de softwares criados exclusivamente pela Aexa. Em essência, os dois sistemas, quando combinados, permitem a transmissão ao vivo de imagem e som em 3D tanto de quem envia como quem recebe a mensagem.

Em suma, você não apenas “vê” o objeto na outra linha, mas interage com ele e o ouve também. A tecnologia em si não é nova (no Brasil, ela já foi demonstrada em apresentações de telemedicina em grandes eventos), mas é a primeira vez que ela é testada, com sucesso, em um ambiente tão extremo, com as pontas da “ligação” tão distantes entre si.

O próximo passo é criar um formato que permita o envio simultâneo de imagens e sons entre todos os participantes da chamada. “Imagine ser capaz de chamar o melhor instrutor ou o autor de uma tecnologia complexa que está ao seu lado sempre que você precisar trabalhar com ela”, disse Schmid.

“Mais além”, continuou o médico, “nós vamos combinar essa realidade aumentada com feedback háptico”, em referência à tecnologia capaz de simular a sensação de toque por meio de sensores e motores (pense no controle do PlayStation 5 ou do Xbox Series X, só que escalados para operarem “no padrão NASA”). “Vocês poderão operar esse dispositivo juntos, assim como dois cirurgiões durante a mesma operação. Isso deixaria todos descansados ao saberem que o time está trabalhando junto – com o perdão do trocadilho – em um hardware essencial para uma missão”.

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Jornalista formado pela Universidade Paulista, Rafael é especializado em tecnologia, cultura pop, além de cobrir a editoria de Ciências e Espaço no Olhar Digital. Em experiências passadas, começou como repórter e editor de games em diversas publicações do meio, e também já cobriu agenda de cidades, cotidiano e esportes.