Confinados desde o início do mês, os cidadãos da cidade chinesa de Xangai vão poder voltar a sair de suas casas. A relativa flexibilização foi anunciada nesta quarta-feira (20) e permitirá que mais de 12 milhões de pessoas – cerca da metade dos habitantes – voltem a circular somente por seus bairros.

Ainda assim, o nível de deslocamento permitido geralmente depende da tolerância dos voluntários do Partido Comunista, que aplicam as medidas anti-Covid com mais ou menos afinco.

A decisão foi tomada apesar do aumento no número de mortes provocadas pelo Covid-19 no país. Nas últimas 24h, foram registrados mais 19.927 novos casos da doença, sendo Xangai responsável por 95% do montante. Já em termos de óbitos, foram 8 vítimas no mesmo período.

Restrições polêmicas

A China tem investido em uma estratégia de baixa tolerância com os contágios, buscando proteger especialmente idosos, pessoas vulneráveis e não vacinados. Para isso, o país aplica confinamentos rígidos, testes em larga escala e restrições nas fronteiras.

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Habitantes de Xangai são submetidos a teste de Covid-19
Aumento de casos em Xangai fez governo adotar medidas mais restritivas. Imagem: Robert Way / Shutterstock

Quando comparamos os balanços da China com outros países, é possível observar que lá houve menos registro da doença. Ainda assim, as medidas restritivas não conseguiram conter o avanço dela em Xangai. Desde março, a cidade contabilizou mais de 400 mil infecções e 18 mortes.

Por conta disso, em abril, iniciou-se uma força-tarefa para controlar a propagação do vírus. Originalmente, as medidas de confinamento estavam previstas para durar quatro dias, mas foram prorrogadas.

Como consequência, houve dificuldades para se obter alimentos e muitas empresas paralisaram a produção. Além disso, aqueles que testaram positivo foram obrigados a se isolar em centros de quarentena de conforto e higiene questionáveis.

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Alguns analistas questionam os números oficiais, especialmente porque há baixo índice de vacinação entre os idosos. Para efeito de comparação, Hong Kong, onde também há baixa adesão à vacinação entre os mais velhos, registrou quase 9 mil mortes e 1,18 milhão de casos provocados pela variante Ômicron desde janeiro.

Via O Globo

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