Juntas robóticas podem deixar trajes espaciais mais confortáveis

Por Lauro Lam, editado por Flavia Correia 03/05/2022 13h27, atualizada em 03/05/2022 13h49
astronautas
Imagem: Gorodenkoff - Shutterstock
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Diferentemente de outras tecnologias espaciais, os trajes dos astronautas evoluíram muito pouco desde a primeira missão tripulada à Lua, em 1969. De lá para cá, houve pouquíssimos avanços para amenizar a sensação desconfortável comparada a estar dentro de um balão pressurizado.

Isso, no entanto, pode mudar. Graças a um projeto conduzido pelos pesquisadores Ana Diaz Artiles e Logan Kluis, ambos do Departamento de Engenharia Aeroespacial da Universidade Texas A&M. Eles estão desenvolvendo um traje chamado SmartSuit (roupa inteligente).

Segundo os cientistas, seria uma nova arquitetura mais confortável e segura para a realização de atividades extraveiculares (EVA) em superfícies planetárias.  

Entenda como seria o novo traje  

De acordo com o projeto, o novo traje teria como vantagens maior mobilidade, mais segurança e interação entre o ambiente e o astronauta. 

Os primeiros protótipos contam com uma robótica suave para as articulações do joelho, usando pressão de gás para expandir as câmaras internas, fazendo com que elas se dobrem. 

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Os protótipos de atuadores assistivos robóticos suaves funcionam usando pressão de gás para expandir as câmaras internas, fazendo com que elas se dobrem. Imagem: Texas A&M Engenharia

Assim, com um material macio, a adaptação é bem mais rápida ao corpo humano, o que cria um um ajuste mais confortável, reduzindo consideravelmente o risco de lesões.

“O traje espacial foi projetado para condições de microgravidade, possibilitando que os astronautas andem, dobrem as pernas, se ajoelhem, peguem pedras, enfim, a mobilidade é bem melhor em comparação às roupas utilizadas atualmente pelos astronautas. Isso será um grande avanço para auxiliar nas pesquisas científicas, trazendo mais mobilidade na parte inferior do corpo”, disse Kluis.  

Além de ser mais confortável, o novo traje também reduziria o risco de doença descompressiva e a necessidade de pré-respirar oxigênio puro antes de vesti-lo. Outro benefício constatado é que os astronautas gastam menos energia para se movimentarem, o que poderá ser bem útil tanto nas missões científicas quanto nas viagens turísticas espaciais.  

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Os protótipos de atuadores assistivos robóticos suaves funcionam usando pressão de gás para expandir as câmaras internas, fazendo com que elas se dobrem. Imagem: Pat Pataranutaporn / Texas A&M Engenharia

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Menor pressão

A pressão da atmosfera é de cerca de 1,03 kgf/cm2 (quilograma-força por centímetro quadrado). O traje espacial atual fornece apenas cerca de 0,3 kgf/cm2, o que empurra o corpo do astronauta e contribui para o efeito balão. 

Mas se uma camada robótica de corpo inteiro pudesse fornecer 0,07 kgf/cm², por exemplo, haveria uma redução na quantidade necessária para o traje para apenas 0,23 kgf/cm2, ou seja, menos pressão e mais mobilidade. E é essa a ideia do projeto. 

“Imagine usar uma cueca bem justa ou uma legging bem justa. Essa pressão pressionando seu corpo substituiria ou adicionaria a pressão do gás”, disse Kluis. “Então a ideia com o SmartSuit é que ele usaria tanto a pressão mecânica quanto a pressão do gás”.

Via: Texas Today

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Lauro Lam é redator(a) no Olhar Digital

Flavia Correia
Redator(a)

Jornalista formada pela Unitau (Taubaté-SP), com Especialização em Gramática. Já foi assessora parlamentar, agente de licitações e freelancer da revista Veja e do antigo site OiLondres, na Inglaterra.