Por falta de semicondutores, a Volkswagen vai conceder 20 dias de férias para 2.500 trabalhadores da fábrica de São Bernardo do Campo, região metropolitana de São Paulo. A informação foi dada pelo Sindicato dos Metalúrgicos do ABC na terça-feira (3) e confirmada pela marca alemã.

Esta é a quinta vez que a Volkswagen dá férias coletivas aos funcionários durante a pandemia de Covid-19, iniciada em março de 2020 no Brasil. Na última vez, a planta em São José dos Pinhais teve a produção suspensa, assim como a de São Bernardo do Campo. Além dos semicondutores, outras peças e componentes afetam a produção na empresa alemã.

“Não foi diferente do que está acontecendo em outras fábricas do país”, disse o coordenador do sindicato, José Roberto Nogueira da Silva, à agência de notícias Folhapress. “Tem demanda de produção, porém com a escassez de peças a fábrica não consegue atender o consumidor final. Estamos na expectativa de retomada o mais breve possível.”

A planta Anchieta possui aproximadamente 8.200 funcionários, 4.500 deles na produção. Segundo o sindicato, os 2.500 trabalhadores afetados — 55% — pela paralisação na Volkswagen ficarão de férias de 9 a 28 de maio. Há dois meses, a fábrica havia voltado a operar em dois turnos, mas agora novamente teve as atividades reduzidas por conta do problema com os chips. Atualmente, a fábrica em São Bernardo do Campo produz 800 carros por dia.

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Situação só deve normalizar no meio da década

A crise dos chips vem desde o início do ano passado, mas se agravou com o início da intervenção militar da Rússia na Ucrânia. A Volkswagen avalia que o fornecimento de semicondutores só deve normalizar a partir de 2025, embora a situação melhore neste ano.

“Vemos uma falta de oferta em 2022 que provavelmente diminuirá um pouco no terceiro ou quarto trimestre. A situação deve melhorar em 2023, mas o problema estrutural ainda não estará resolvido”, disse um executivo da montadora alemã, em abril, ao jornal “Boersen-Zeitung”.

Desde o início da pandemia, não apenas o setor automotivo como o setor de eletroeletrônicos vem sendo duramente afetado pela crise de semicondutores. Recentemente, um surto de Covid-19 na China forçou diversas fábricas em ambos os campos a suspenderem ou reduzirem sua produção em Xangai, principal polo econômico do país, e regiões próximas.

De acordo com uma pesquisa da Câmara de Comércio da União Europeia na China, 30% das empresas na região foi atingida pelo problema dos semicondutores.

Crédito da imagem principal: Volkswagen do Brasil/Divulgação

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