As big techs estão em Wall Street. Mas, você conhece a origem do local?

Hoje, Wall Street é o grande centro econômico dos Estados Unidos, onde ações são negociadas diariamente, incluindo de big techs
Por Karoline Albuquerque, editado por André Lucena 06/05/2022 11h09, atualizada em 06/05/2022 11h30
Wall Street
Imagem: Chaay_Tee/Shutterstock
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Apple, Amazon, Meta, Alphabet, Twitter… As big techs já figuram há um bom tempo entre as empresas com ações negociadas em Wall Street. É lá que bancos e corretoras dirigem o mercado de ações e o sistema financeiro norte-americano. Mas, você sabe a origem do centro do distrito financeiro de Manhattan?

O corredor de oito quarteirões que vai da Broadway à South Street é quase tão velho quanto a própria cidade de Nova York. E para entender como tudo começou, é preciso voltar ainda mais no tempo, para quando o ranking das maiores companhias do mundo estava longe de ter big techs, como a trilionária Apple.

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A maior empresa de toda a história foi criada no começo século XVII, a Companhia Holandesa das Índias Orientais. Quase duas décadas depois, a empresa irmã Companhia Holandesa das Índias Ocidentais foi estabelecida. E é esta segunda que importa.

Em 1625, os holandeses fundaram Nova Amsterdã, na Ilha de Manhattan. Inicialmente, era apenas um humilde entreposto comercial da Companhia das Índias Ocidentais, mas o local era estratégico. O objetivo da companhia era defender o acesso fluvial para o comércio no vale do Rio Hudson e se tornou a capital dos Novos Países Baixos.

O que era Wall Street?

Wall Street era literalmente o que diz o nome hoje em inglês do local: a rua do muro. A parede em questão foi erguida pelos colonizadores como uma forma de se defender tanto dos indígenas nativos Lenape e também dos colonizadores britânicos da Nova Inglaterra.

Não foi só isso, porém. O muro servia para propósitos escravagistas. Comerciantes se reunião no local para negociar. E isso incluía o comércio de pessoas escravizadas. A parede também deveria impedir a fuga desses cativos.

Wall Street começou a ser praça de negociações no século XVII, mas apenas no final do século XVIII foi palco das regras e taxas da Bolsa de Nova York, sofrendo com a Crise de 1929 e se reerguendo após a Segunda Guerra. Crédito: Wikimedia Commons

O tempo passou e, assim como foram expulsos do Brasil, os holandeses também deixaram Nova Amsterdã, que viria a se tornar Nova York novamente sob domínio britânico, em 1664. Os ingleses controlaram os ataques indígenas e, então, derrubaram o muro, mantendo a rua (e o nome).

No século seguinte, um mercado foi construído em Wall Street, pois a classe média branca temia uma insurreição com a presença de negros escravizados buscando trabalho de maneira privada nas ruas. Segundo a Câmara Municipal da cidade, com a existência do mercado, pessoas escravizadas, tanto negras quanto indígenas, seria “alugadas” e “contratadas” no mercado. O local só foi derrubado em 1762, meio século depois.

O que Wall Street é hoje só daria os primeiros passos dali a 30 anos, quando um grupo de acionistas estabeleceu regras e taxas para negociação na Bolsa de Nova York. Após a Segunda Guerra Mundial, encerrada em 1945, a rua se recuperou da crise causada pela Grande Depressão e tornou-se mais uma vez o importante centro financeiro internacional.

Em 2015, o Conselho da Cidade de Nova York aprovou a criação de um marco histórico reconhecendo o trabalho das pessoas escravizadas na criação e economia da cidade, notando uma dívida com esse grupo. Uma placa foi colocada em Wall Street para relembrar a história do local.

Fontes: I am Expat / The Balance / Washington Post

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Karoline Albuquerque é redator(a) no Olhar Digital

André Lucena
Ex-editor(a)

Pai de três filhos, André Lucena é o Editor-Chefe do Olhar Digital. Formado em Jornalismo e Pós-Graduado em Jornalismo Esportivo e Negócios do Esporte, ele adora jogar futebol nas horas vagas.