Uma jovem de 14 anos que precisou receber um transplante de fígado na última sexta-feira (20), após contrair a hepatite de causa desconhecida, foi extubada e já respira sem ajuda de aparelhos, diz nota divulgada pelo  Hospital Universitário Oswaldo Cruz de Recife, em Pernambuco.

O quadro da adolescente é considerado estável e o fígado transplantado funciona de forma adequada, diz a nota divulgada pelo hospital. A jovem natural de Ibimirim deu entrada Hospital Regional Arcoverde no começo de maio, com o agravamento da condição ela foi transferida de unidade. No momento, cinco casos da hepatite de causa desconhecida são investigados no estado.

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“A adolescente de 14 anos transplantada na última sexta-feira (20) encontra-se internada na UTI (Unidade de Terapia Intensiva) do Hospital Universitário Oswaldo Cruz da Universidade de Pernambuco (HUOC/UPE). A paciente foi extubada (retirada da respiração mecânica). Apresenta quadro clínico estável. Está consciente. O fígado, assim como os demais órgãos, já funcionam adequadamente. Não tem infecção. Ainda está usando sonda gástrica, mas será retirada ainda nesta terça-feira (24) para iniciar a sua dieta alimentar. Ainda sem previsão de alta da UTI”, diz a nota divulgada pelo hospital.

Hepatite de causa desconhecida

Até o momento, ainda não se sabe o que está causando essa epidemia em crianças, mas uma pesquisa feita pelo Centro Europeu de Prevenção e Controle de Doenças apontou o adenovírus 41 como um possível causador.  O Brasil investiga 64 casos suspeitos atualmente.

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Segundo o estudo, o microrganismo foi identificado em 72% dos casos do Reino Unido, mais de 60% na Europa e em cerca de 50% nos Estados Unidos. A pesquisa aponta que “a etiologia (estudo da causa e da origem de um fenômeno) e os mecanismos patogenéticos da doença ainda estão sob investigação”, no entanto, uma associação entre o adenovírus 41 e a hepatite misteriosa foi encontrada.  

Em entrevista ao Olhar Digital, a médica gastroenterologista com especialidade em hepatologia e transplante hepático, Patrícia Almeida, explicou que a hepatite se trata da inflamação das células do fígado.  

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A médica contou que o problema no órgão surge após algum tipo de agressão, que “pode ser viral, medicamentosa, alcoólica, gordurosa ou, até mesmo, autoimune”.  

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“A hepatite pode ser aguda ou crônica, e causar danos ao fígado e, por vezes, complicações graves, como insuficiência aguda, cirrose, câncer e a necessidade de transplante hepático.” 

“Os casos recentemente relatados de hepatites na Europa parecem ter relação com o adenovírus replicante. Neste caso, a transmissão das cepas que acometem o trato gastrointestinal costuma ocorrer nos primeiros 4 anos de vida da criança, e a transmissão ocorre por contato fecal-oral, o que acontece quando não se lavam bem as mãos ou com a ingestão de alimentos ou água contaminados”, explicou Almeida.  

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