Ritmo da perda de gelo na Antártida é o mais rápido dos últimos 5.500 anos

No ritmo atual, o degelo antártico poderá contribuir com até 3,5 metros de aumento do nível do mar nos próximos séculos, segundo estudo
Por Rafael Arbulu, editado por André Lucena 09/06/2022 15h50, atualizada em 09/06/2022 16h16
shutterstock_1585682401
Imagem: Foto 4440/Shutterstock
Compartilhe esta matéria
Ícone Whatsapp Ícone Whatsapp Ícone X (Tweeter) Ícone Facebook Ícone Linkedin Ícone Telegram Ícone Email

Um novo estudo, conduzido pela Universidade do Maine em parceria com a British Antarctic Survey, afirma que a perda de gelo na Antártida atingiu sua velocidade mais alta nos últimos 5,5 mil anos. Pela pesquisa, se esse ritmo continuar, o continente congelado poderá contribuir com cerca de 3,5 metros (m) do aumento do nível global dos mares.

A Antártida é constituída, basicamente, de duas imensas geleiras: Camada de Gelo da Antártida do Oeste e do Leste – ou, respectivamente, “WAIS” e “EAIS”. Por causa do avanço do aquecimento global, o lado oeste tem apresentado um ritmo de derretimento de gelo continental mais rápido que o normal – particularmente as geleiras de Thwaites e Ilha Pine, que estão mais vulneráveis.

Leia também

A perda de gelo da Antártida atingiu níveis críticos, em uma velocidade nunca antes vista há mais de 5 mil anos
A perda de gelo da Antártida atingiu níveis críticos, em uma velocidade nunca antes vista há mais de 5 mil anos (Imagem: BBandSIRI/Shutterstock)

O estudo mediu o nível do mar nessas duas regiões bastante expostas às mudanças climáticas, e concluiu que a água já vem subindo consideravelmente. A situação é considerada preocupante, considerando que Thwaites e Ilha Pine têm geleiras com, respectivamente, 192 mil quilômetros quadrados (km²) e 162,3 mil km².

“Essas taxas elevadas de derretimento do gelo podem ser um sinal de que essas artérias vitais da WAIS foram rompidas, o que leva ao fluxo acelerado de água para o oceano, algo potencialmente desastroso para o futuro do nível do mar em um mundo cada vez mais quente. A pergunta é: será que já é tarde demais para estancar essa hemorragia?” – indagou o co-autor do estudo, Dr. Dylan Rood, do Colégio Imperial de Londres, no Reino Unido.

O estudo completo está disponível no Nature Geoscience.

Já assistiu aos nossos novos vídeos no YouTube? Inscreva-se no nosso canal!

Jornalista formado pela Universidade Paulista, Rafael é especializado em tecnologia, cultura pop, além de cobrir a editoria de Ciências e Espaço no Olhar Digital. Em experiências passadas, começou como repórter e editor de games em diversas publicações do meio, e também já cobriu agenda de cidades, cotidiano e esportes.

André Lucena
Ex-editor(a)

Pai de três filhos, André Lucena é o Editor-Chefe do Olhar Digital. Formado em Jornalismo e Pós-Graduado em Jornalismo Esportivo e Negócios do Esporte, ele adora jogar futebol nas horas vagas.