A Camada Conger, uma camada de gelo antártico que, comparativamente, é quase do tamanho do estado de São Paulo, caiu ao mar, de acordo com imagens de satélite divulgadas pela NASA em um gif no Twitter na última quinta-feira (24). A camada Conger tem 1,2 mil quilômetros quadrados (km²), enquanto São Paulo tem pouco mais de 1,5 mil km².

As grandes camadas de gelo nas regiões mais frias da Terra são essenciais para represar o fluxo de gelo do continente dentro do mar. Sem elas, o gelo que vem das massas continentais que formam a Antártida, ao sul; e o Pólo Norte, é derramado nas águas adjacentes, aumentando o nível do mar.

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Originalmente, a imagem animada foi compartilhada por Catherine Colello Walker, cientista planetária do Instituto Woods Hole de Oceanografia ligado à NASA, revelando que o episódio ocorreu entre os dias 14 e 16 de março de 2022. A camada começou a regredir devagar e, dois dias depois, ela caiu por completo.

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“A Camada Conger estava lá e, de repente, não estava”, disse Andrew Mackintosh, expert em análises climáticas de regiões polares na Universidade Monash da Austrália, ao CNET.

Já não é de hoje que a Antártida vem enfrentando situações climáticas mais extremas. O continente menos explorado e mais isolado do mundo viu, no meio de março, uma alta de temperatura que o fez chegar a 11,8 graus Celsius negativos (-11,8º C) – cerca de 30 graus acima da média para esta época do ano. Isso foi causado por uma corrente de ar quente que, não se sabe ainda, pode ou não ser responsável pelo colapso de Conger.

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Isso fora o aumento de quase 20º C levantado pela Organização das Nações Unidas (ONU) em julho do ano passado.

A presença humana na região é mais concentrada no lado oeste, por este ser uma porção de terra mais acessível para assentamentos humanos. Normalmente, isso se dá por centros de pesquisa climática que, por si só, já causam relativo aumento de temperatura média, mas a atividade turística à Antártida também contribuiu grandemente para o aumento da temperatura na região – um aumento que causa “toneladas” de derretimento de gelo, segundo estudos. E isso também gera um problema conhecido como “carbono negro” – basicamente, poeiras e dejetos de poluição escuros que absorvem a luz do Sol ao invés de refletí-la, ampliando o derretimento polar.

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