Câncer some em 100% dos participantes em novo estudo experimental

Por Matheus Barros, editado por Lucas Soares 09/06/2022 11h20, atualizada em 09/06/2022 14h41
Duas células cancerosas em tons de rosa
Células cancerosas/Kateryna Kon/Shutterstock
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Um estudo publicado pelo New England Journal of Medicine conseguiu fazer o câncer colorretal desaparecer em todos os 14 voluntários analisados. Os pacientes fizeram um tratamento experimental de seis meses e todos estavam em estágio inicial da doença.  

Os voluntários tinham a mesma instabilidade genética em seu câncer retal e ainda não haviam sido submetidos a tratamento. Eles receberam nove doses de dostarlimab intravenoso, um medicamento novo que bloqueia uma proteína específica da célula cancerosa que impede que o sistema imunológico combata o câncer.  

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“Acho que ninguém viu isso antes, onde todos os pacientes tiveram o tumor desaparecer”, relatou a oncologista do Memorial Sloan Kettering Cancer Center, em Nova York e principal autora do estudo, Andrea Cercek.  

Depois dos seis meses, os exames de 100% dos voluntários não apresentaram mais nenhum vestígio do câncer. “Todos os 14 pacientes? As chances são extremamente baixas e realmente inéditas em oncologia”, disse Cercek. 

Tratamento contra o câncer

Nenhum dos pacientes precisou fazer o tratamento acompanhado de quimio-radiação ou cirurgia. Os pacientes com câncer retal possuem uma alta taxa de sobrevivência, mas o tratamento convencional pode deixar sequelas para toda a vida.  

São exemplos de sequelas: disfunção do intestino e da bexiga, disfunção sexual e até infertilidade em mulheres mais jovens. Alguns pacientes ainda podem ter que usar uma bolsa de colostomia permanentemente.  

câncer
Imagem: PDPics (Pixabay)

Apesar de promissor, o estudo possui algumas ressalvas, como a necessidade de fazer um acompanhamento a longo prazo para saber se os tumores não ressurgirão ou se não aparecerão metástases em outras partes do corpo.  

Além disso, vale lembrar que todos os voluntários carregavam uma anormalidade específica em seu câncer retal, popular como deficiência de reparo de incompatibilidade, que impede a função do corpo de normalizar e resulta em mutações celulares. Este tipo de anormalidade acontece entre 5 e 10% de todos os pacientes de câncer retal. 

Via: The Washington Post

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Matheus Barros
Redator(a)

Formado em Jornalismo pela FIAM FAAM, Matheus Barros iniciou seu trabalho em redação jornalística no portal da RedeTV! e hoje atua como repórter de Internet e Redes Sociais do Olhar Digital.

Lucas Soares
Editor(a)

Lucas Soares é jornalista formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie e atualmente é editor de ciência e espaço do Olhar Digital.