Conforme recentemente noticiado pelo Olhar Digital, o Telescópio Espacial James Webb (JWST) terá as imagens de suas primeiras operações científicas divulgadas em 12 de julho. A identidade dos primeiros alvos é mantida em segredo pela equipe responsável pelo telescópio, que levou cinco anos de trabalho, selecionando entre pesquisas de várias agências espaciais, para decidir o que essas primeiras imagens irão mostrar.

Componentes do Telescópio Espacial James Webb. Fonte: NASA

Antes disso, no entanto, é preciso terminar a verificação final dos quatro instrumentos que compõem o observatório de próxima geração. Segundo a NASA, quase metade do procedimento já foi concluído.

Esses quatro instrumentos de ponta permitirão a observação das galáxias mais distantes e mais antigas, que se formaram no universo primitivo apenas algumas centenas de milhões de anos após o Big Bang, bem como a análise de sua composição química. 

Há 17 modos de observação entre esses instrumentos, e cada modo precisa ser testado antes que o telescópio possa iniciar seus trabalhos. 

publicidade

“Acompanhando o progresso do Webb?”, diz uma postagem da NASA no Twitter, publicada na sexta-feira (17). “Boas notícias: a partir de hoje, 7 dos 17 modos de instrumentos de Webb estão prontos para a ciência”.

Segundo Jonathan Gardner, vice-cientista sênior de projetos do Goddard Space Flight Center, da NASA, “cada modo tem um conjunto de observações e análises que precisam ser verificadas, e alguns deles não serão verificados antes do final do comissionamento”.

Uma lista detalhada do “check-off” dos modos de instrumentos do observatório está disponível na página “Onde está Webb”.

Gardner disse que para cada um dos 17 modos, a equipe selecionou um “exemplo representativo de alvo científico” que será observado durante o primeiro ano das operações científicas de Webb, chamado Ciclo 1 (a lista completa de observações do Ciclo 1 está disponível neste site).

“Estes são apenas exemplos”, acrescentou Gardner. “Cada modo será usado para muitos alvos, e a maioria dos alvos científicos de Webb serão observados com mais de um instrumento e/ou modo”.

As investigações abrangem os principais objetivos científicos de Webb, que incluem desde olhar para galáxias muito primitivas, até examinar planetas, luas, asteroides e outros objetos em nosso sistema solar.

Leia mais:

Conheça os instrumentos do Telescópio Espacial James Webb

O JWST carrega o Módulo de Instrumentos Científicos Integrado (ISIM, Integrated Science Instrument Module), com quatro instrumentos:

NIRCam (Near InfraRed Camera): uma câmera capaz de detectar luz em comprimentos de onda que variam do limite da luz visível (0,6 micrômetros) até ondas infravermelhas curtas (5 micrômetros). 

NIRSpec (Near InfraRed Spectrograph): um espectrômetro capaz de analisar a luz nas mesmas frequências usadas pela NIRCam. Análise espectrográfica e usada para determinar os elementos que compõem um objeto, como uma galáxia ou a atmosfera de um exoplaneta.

MIRI (Mid-InfraRed Instrument): uma combinação de câmera e espectrômetro que analisará a luz infravermelha em comprimentos médios e longos, entre 5 e 27 micrômetros.

FGS/NIRISS (Fine Guidance Sensor and Near Infrared Imager and Slitless Spectrograph): que são, na verdade, dois instrumentos. O primeiro (FGS) é usado para estabilizar a linha de visão do telescópio durante as observações. Seus dados são usados para controlar a orientação da espaçonave e o espelho responsável por ajustes finos de posição (fine steering mirror), usado no mecanismo de estabilização de imagem. Já o NIRISS (Near Infrared Imager and Slitless Spectrograph) é um módulo para fotografia e espectroscopia astronômica capaz de registrar luz na frequência de 0.8 a 5 micrômetros. 

Tanto a NIRCam quanto o MIRI são equipados com coronógrafos, usados para bloquear a luz direta de uma estrela para que a luz de sua coroa e objetos menos brilhantes nas proximidades possam ser estudados.

Já assistiu aos nossos novos vídeos no YouTube? Inscreva-se no nosso canal!