Neste domingo (19), já manhã de segunda-feira (20) em Pequim, uma liga de instituições de ensino e pesquisa da China promoveu um seminário sobre Exploração do Espaço Profundo, no Fórum de Ciência e Tecnologia de Sobrevivência fora da Terra, evento em comemoração aos 120 anos de existência da Universidade de Nanjing. Durante a conferência, Sun Zezhou, designer-chefe da Tianwen-1, missão chinesa de pesquisa em Marte, afirmou que o país vai trazer amostras marcianas para a Terra antes dos EUA e da Europa.

Ilustração do rover chinês Zhurong em Marte
Lançada em julho de 2020, enviando um satélite e um rover (Zhurong, na foto) para Marte, Tianwen-1 foi a primeira missão interplanetária independente da China. Imagem: CNSA

Segundo Zezhou, as amostras que serão coletadas pelos próximos dois lançamentos da China ao Planeta Vermelho devem ser entregues à Terra em 2031, dois anos antes de uma missão conjunta da NASA com a Agência Espacial Europeia (ESA). A informação foi divulgada no Twitter por Yuqi Qian, doutorando do Instituto de Ciência Planetária da Escola de Ciências da Terra da Universidade de Geociências da China, em Wuhan.

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De acordo com Zezhou, a complexa missão de multi-lançamento, que terá uma arquitetura mais simples em comparação ao projeto NASA-ESA, vai decolar no fim de 2028.

Em março, a NASA anunciou planos para adiar a próxima fase de sua campanha Mars Sample Return e compartilhar a missão de lander Earth Return Orbiter (ERO) com a ESA em duas naves espaciais separadas para reduzir o risco total do programa. Segundo o planejamento, o ERO deve ser lançado em 2027, com retorno programado para 2033.

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Saiba como será a missão da China que vai trazer amostras de Marte à Terra

Denominada Tianwen-3, a missão da China em Marte consistirá em duas combinações: um veículo de pouso e ascensão e um módulo orbital e de retorno. As combinações serão lançadas separadamente em foguetes Long March 5 e Long March 3B, respectivamente.

Segundo o site Space News, a missão será baseada nas tecnologias e nas técnicas de entrada, descida e pouso de Marte demonstradas pela Tianwen-1 em maio de 2021. A equipe também se inspirou na amostragem de regolitos, no acoplamento automatizado em órbita lunar e no sucesso da reentrada atmosférica de alta velocidade alcançado pela missão Chang’e-5, de 2020.

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Pelo planejamento, o pouso em Marte ocorreria por volta de setembro de 2029, a partir de quando serão coletadas amostras da superfície do planeta, além da aplicação de técnicas de perfuração e amostragem inteligente móvel.

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O veículo de ascensão será composto por dois estágios, utilizando propulsão sólida ou líquida, e será necessário atingir uma velocidade de 4,5 quilômetros por segundo. Após o encontro e acoplamento com o orbitador de espera, a espaçonave partirá da órbita de Marte no final de outubro de 2030 para um retorno à Terra em julho de 2031.

Sun disse ainda que o satélite Tianwen-1 realizará um teste de aerofrenagem na órbita de Marte ainda este ano como parte da preparação da missão. 

Tendo em vista que o pouso deve ocorrer próximo ao equinócio de outono no hemisfério norte marciano, a missão certamente vai enfrentar dificuldades como tempestades de areia potenciais e baixa disponibilidade de energia solar.

Lançada em julho de 2020, enviando um orbitador e um rover para Marte, Tianwen-1 foi a primeira missão interplanetária independente da China. Já a Tianwen-2 será uma missão de amostragem de asteroides próximo à Terra, que também visitará um cometa do cinturão principal com lançamento programado para 2025.

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