Talvez a maior ironia desta semana, imagens de satélite do Google Earth mostraram que a Rússia está construindo…uma estrutura anti-satélite que consiste de um sistema de lasers que podem cegar objetos considerados inimigos na órbita da Terra.

Segundo as informações divulgadas, a construção vem sendo conduzida dentro do Krona, um edifício ligado ao programa espacial russo e administrado pelo ministério da defesa do presidente Vladimir Putin. O Krona também serve de casa para o telescópio de rádio RATAN-600.

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As imagens do Google Earth renderam solicitações públicas de documentação e investigações abertas, que descobriram que a Rússia apelidou o projeto anti-satélite de “Kalina”. Segundo uma documentação contábil obtida pelo Space Review, o sistema de lasers é desenhado para a condução de “guerrilha eletroótica” – resumidamente, disparar lasers tão brilhantes que podem cegar permanentemente satélites de outras nações, danificando seus sensores ópticos.

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Ainda segundo a documentação, o projeto nasceu há vários anos, mas só começou a ser tirado do papel recentemente, dentro de um centro de vigilância da Rússia especificamente equipado com tecnologia LiDAR.

A notícia vem em meio a uma crescente preocupação de tecnologias militares sendo aplicadas no contexto da exploração espacial: em 2021, o general David S. Thompson, do exército dos Estados Unidos, disse ao Washington Post que “satélites são atacados todo santo dia”. Em maio deste ano, o CEO da SpaceX, Elon Musk, afirmou que o governo russo estava “ampliando seus esforços” em barrar ou embaralhar o sinal dos satélites da Starlink, que foram cedidos à Ucrânia após o início da guerra russo-ucraniana.

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Fora isso, um paper deste ano, publicado pelo jornal chinês Modern Defense Technology, afirma que engenheiros e especialistas de Beijing estão tentando desenvolver “um método de soft kill e hard kill” para combater satélites da Starlink: “soft kill” é um termo militar aplicado à ação de desligar determinadas funções de um alvo eletrônico. Já “hard kill” é a desativação completa do alvo – como um satélite.

Até agora, porém, ninguém se manifestou sobre o projeto Kalina.

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