Duas gigantes do varejo estão sendo investigadas na Austrália. A empresa de ferragens Bunnings e a loja de departamento Kmart estão sob a mira do órgão de vigilância de privacidade do país pelo uso de tecnologia de reconhecimento facial.
As lojas coletam as chamadas “impressões faciais” dos clientes em determinados locais. Para o grupo de defesa do consumidor Choice, a tecnologia é antiética e invasiva. Além disso, está sendo usada sem o devido consentimento ou ciência dos frequentadores.
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Tanto a Bunnings quanto o Kmart se defendem alegando que o uso do reconhecimento facial é uma medida de segurança e antifurto. Por enquanto, a investigação deve apurar se os dois varejistas violaram alguma lei de privacidade com a tecnologia.
A lojas de varejo na Austrália, de acordo com a BBC, só podem coletar informações biométricas dos clientes se for “razoavelmente necessário” para as operações. Angelene Falk, comissária de informações australiana, acrescentou que é preciso ainda o “consentimento claro” dos consumidores.
“Embora dissuadir o roubo e criar um ambiente seguro sejam objetivos importantes, o uso de tecnologias de alto impacto na privacidade nas lojas traz riscos significativos à privacidade. Os varejistas precisam ser capazes de demonstrar que é uma resposta proporcional”, disse a comissária em junho, quando o uso do reconhecimento facial foi revelado.
Além de Kmart e Bunnings, a rede de lojas de conveniência 7-Eleven passou por um caso semelhante. Em 2021, foi descoberto que os estabelecimentos interferiam na privacidade dos clientes coletando as impressões faciais. Outro varejista, The Good Guys, também é investigado.
A Comissão Australiana de Direitos Humanos já solicitou que a tecnologia seja proibida até que o país tenha leis específicas regulando o uso. “Usar a tecnologia de reconhecimento facial de semelhante ao Kmart, Bunnings ou The Good Guys é como coletar suas impressões digitais ou DNA toda vez que faz compras”, disse Kate Bower, da Choice.
Via: BBC
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