Ex-engenheiro da CIA é condenado por envio de dados confidenciais ao Wikileaks em 2017

Além de ter vazado informações confidenciais ao Wikileaks, ex-agente da CIA também é acusado de posse e transporte de pornografia infantil
Por Lucas Berredo, editado por Karoline Albuquerque 14/07/2022 01h03, atualizada em 14/07/2022 11h09
Imagem de destaque para nota sobre Wikileaks
WikiLeaks comemorou libertação de Julian Assange com publicação em seu site e no X (Imagem: Casimiro PT/Shutterstock)
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Um tribunal de Nova York condenou Joshua Schulte, ex-engenheiro da CIA, por compartilhar informações com o WikiLeaks sobre programas de espionagem usados pela agência de inteligência americana. A decisão foi proferida na quarta-feira (13) e incrimina Schulte em nove acusações.

Em 2017, o WikiLeaks publicou um diretório com nome de Vault 7 que expunha uma série de ferramentas utilizadas pela CIA para interceptar mensagens e vasculhar computadores, iPhones e até TVs de potenciais alvos. Os documentos foram escritos entre 2013 a 2016.

“O veredicto de hoje afirma que manter a segurança das capacidades cibernéticas de nossa nação é de extrema importância”, disse Tammy Thorp, porta-voz da CIA, ao The Verge. “É fundamental para a segurança do povo americano e nossa vantagem contra adversários no exterior.”

Na CIA, Schulte, hoje com 33 anos, trabalhava no OSB (Filial de Suporte a Operações, na sigla em inglês), onde construía ferramentas de hacking. Segundo informações da revista americana New Yorker, ele era capaz de rapidamente transformar softwares-protótipo em recursos de monitoramento e roubo de informações do alvo.

Curiosamente, investigadores só conseguiram obter evidências contra Schulte após lapsos de segurança pessoal. Por exemplo, armazenar senhas no telefone celular para acessar armazenamento criptografado.

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Acusações de pedofilia

Além do envolvimento no caso Wikileaks, o ex-engenheiro da CIA enfrenta ainda um outro processo, no qual é acusado de pedofilia. Desde 2018, ele está detido no Metropolitan Correctional Center, em Nova York.

Em 2020, o primeiro julgamento de Schulte foi anulado porque um júri o condenou por mentir aos investigadores do FBI, mas não o restante das acusações. No novo julgamento, porém, ele foi incriminado por coleta, roubo e transmissão de informações confidenciais e obstrução de justiça.

Schulte agora espera a resolução das acusações relacionadas a posse e transporte de pornografia infantil.

Com informações do The Verge

*Crédito da informação principal: Casimiro PT/Shutterstock

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Redator(a)

Lucas Berredo é redator(a) no Olhar Digital

Karoline Albuquerque é redator(a) no Olhar Digital