Um tribunal de Nova York condenou Joshua Schulte, ex-engenheiro da CIA, por compartilhar informações com o WikiLeaks sobre programas de espionagem usados pela agência de inteligência americana. A decisão foi proferida na quarta-feira (13) e incrimina Schulte em nove acusações.
Em 2017, o WikiLeaks publicou um diretório com nome de Vault 7 que expunha uma série de ferramentas utilizadas pela CIA para interceptar mensagens e vasculhar computadores, iPhones e até TVs de potenciais alvos. Os documentos foram escritos entre 2013 a 2016.
“O veredicto de hoje afirma que manter a segurança das capacidades cibernéticas de nossa nação é de extrema importância”, disse Tammy Thorp, porta-voz da CIA, ao The Verge. “É fundamental para a segurança do povo americano e nossa vantagem contra adversários no exterior.”
Na CIA, Schulte, hoje com 33 anos, trabalhava no OSB (Filial de Suporte a Operações, na sigla em inglês), onde construía ferramentas de hacking. Segundo informações da revista americana New Yorker, ele era capaz de rapidamente transformar softwares-protótipo em recursos de monitoramento e roubo de informações do alvo.
Curiosamente, investigadores só conseguiram obter evidências contra Schulte após lapsos de segurança pessoal. Por exemplo, armazenar senhas no telefone celular para acessar armazenamento criptografado.
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Acusações de pedofilia
Além do envolvimento no caso Wikileaks, o ex-engenheiro da CIA enfrenta ainda um outro processo, no qual é acusado de pedofilia. Desde 2018, ele está detido no Metropolitan Correctional Center, em Nova York.
Em 2020, o primeiro julgamento de Schulte foi anulado porque um júri o condenou por mentir aos investigadores do FBI, mas não o restante das acusações. No novo julgamento, porém, ele foi incriminado por coleta, roubo e transmissão de informações confidenciais e obstrução de justiça.
Schulte agora espera a resolução das acusações relacionadas a posse e transporte de pornografia infantil.
Com informações do The Verge
*Crédito da informação principal: Casimiro PT/Shutterstock
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