Cientistas criam “lasers vivos” que podem se unir e trabalhar juntos

Por Isabela Valukas Gusmão, editado por Lucas Soares 15/07/2022 12h57, atualizada em 15/07/2022 13h00
laser-vivo-inovacao
Imagem: Feixes de luz vermelha Crédito: Johannes Plenio
Compartilhe esta matéria
Ícone Whatsapp Ícone Whatsapp Ícone X (Tweeter) Ícone Facebook Ícone Linkedin Ícone Telegram Ícone Email

Pesquisadores criaram um sistema de “lasers vivos” capazes de se organizarem sozinhos e se transformarem a partir de uma configuração aleatória e conforme as condições específicas do ambiente. As inovações podem resultar em melhorias para os setores de tecnologia e saúde no futuro.

Utilizados em uma ampla gama de aparelhos e com diversas finalidades, os lasers podem ser definidos como um dispositivo que produz radiação eletromagnética monocromática e coerente nas regiões visíveis, infravermelha ou ultravioleta. Portanto, eles são mais do que meros feixes de luzes vermelhas e o novo estudo publicado nesta quinta-feira (14) comprova isso. 

Leia mais:

Segundo o artigo admitido na Nature Physics, um conjunto de lasers é capaz de se organizar sozinho, adaptando-se à evolução das condições ambientais para satisfazer necessidades específicas, formando o “laser-vivo”.  

De acordo com os pesquisadores, a aplicação deste tipo de tecnologia pode ser imensa. Eles acreditam que essa tecnologia pode pavimentar o desenvolvimento de novos sensores, computadores, fontes de luz e outras exibições tecnológicas.  

Na medicina, a próxima geração óptica pode melhorar o desempenho dos dispositivos microscópicos que precisamente atingem malignidades dentro corpo eliminando-as antes que causem algum dano ao tecido saudável.   

Em uma publicação destinada à imprensa, o autor e físico Riccardo Sapienza, da Imperial College London, declarou “nós nos perguntamos se poderíamos criar um laser com a habilidade de misturar estrutura e funcionalidade, para reconfigurar a si mesmo e cooperar, assim como fazem os materiais biológicos”. 

Laser-vivo (imagem: Imperial College of London)

Descoberta do “laser-vivo”

Como parte do estudo, os pesquisadores suspenderam as micropartículas de dióxido de titânio em corante e adicionaram à mistura uma partícula especial, que foi revestida em apenas um lado com material que absorve luz. Após submeter a mistura a uma alta intensidade de luz, a luminosidade se difundiu para o outro lado da partícula. Essa situação resultou na aglomeração das micropartículas e elas passaram a agir como um “laser-vivo”, emitindo luz. 

Quando a fonte de luz foi desligada, as micropartículas foram espontaneamente desativadas – mas ao religar a fonte de luz, o resultado de re-acumulação foi muito mais rápido.  

Ensaios subsequentes mostraram que essas aglomerações eram capazes de comportamentos ainda maiores. Os pesquisadores decidiram realizar outro teste em que, ao invés de utilizar as partículas competitivamente, introduziu-se mais fontes de calor e os elementos passaram a cooperar e coletivamente melhorar a habilidade do laser de partículas de titânio. 

Já assistiu aos nossos novos vídeos no YouTube? Inscreva-se no nosso canal!

Isabela Gusmão é estagiária e escreve para a editoria de Ciência e Espaço. Além disso, ela é nutricionista e cursa Jornalismo, desde 2020, na Universidade Metodista de São Paulo (UMESP).

Lucas Soares
Editor(a)

Lucas Soares é jornalista formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie e atualmente é editor de ciência e espaço do Olhar Digital.