Como o James Webb encontrará sinais de vida em outros planetas?

Por Isabela Valukas Gusmão, editado por André Lucena 19/07/2022 17h11, atualizada em 19/07/2022 18h05
exoplanetas
Imagem: Nazarii_Neshcherenskyi - Shutterstock
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Um estudo que simulou a atmosfera de um planeta hipotético pode ajudar a predizer o desempenho do telescópio James Webb, e revelar pistas sobre a capacidade de exoplanetas abrigarem vida. Novas pesquisas indicam que o clima de qualquer planeta semelhante à terra, depende da localização das massas de terra e da distribuição de água em sua superfície.

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Embora os telescópios atuais não sejam capazes de ver a superfície de um exoplaneta, as descobertas podem ajudar os astrônomos a tirar conclusões sobre elas e fazer estudos espectroscópicos das suas atmosferas.

A pesquisadora Evelyn Macdonald, estudante de graduação no Departamento de Física da Universidade de Toronto, liderou o estudo, que fez uma simulação climática e determinou que quantidade e distribuição de terra e mar afetam o clima dos chamados “mundos de maré fechada”, como por exemplo a Terra, cuja a maré está atrelada à Lua.

Os planetas rochosos que orbitam as estrelas anãs vermelhas são particularmente suscetíveis ao bloqueio de maré, porque os sistemas das anãs vermelhas tendem a ser rígidos e os planetas estão frequentemente muito próximos das suas estrelas.

Ilustração do telescópio James Webb
Ilustração do telescópio James Webb. Imagem: Dima Zel/Shutterstock

James Webb e exoplanetas

Apesar da proximidade com sua estrela, estes mundos podem estar na zona habitável, ou seja, a uma distância em que pode haver água líquida na superfície do planeta. Outro ponto importante sobre a habitabilidade de um tal planeta é a capacidade que ele tem de distribuir calor entre o lado que está diretamente voltado para o astro e o que não está.

Os modelos criados por Macdonald mostraram que a temperatura média global depende mais da quantidade de terra que ele tem do que da localização da terra. Além disso, ela notou que, quanto maior a quantidade de terra, mais quente é a superfície do dia e mais seca é a atmosfera do planeta. Isto porque a presença de mais solo significa que há menos água propensa a evaporar para a atmosfera, resultando em menos chuva também.

O aumento do vapor de água atmosférico leva a mais nuvens e como o vapor de água é um gás com efeito de estufa, dá à atmosfera uma maior capacidade de absorver e transportar calor para o lado noturno do planeta.

Uma vez que um dos objetivos científicos do Telescópio Espacial James Webb é analisar as atmosferas dos exoplanetas, próximos para tentar determinar se algum deles poderia ser potencialmente habitável, esta nova investigação ajudará a caracterizar melhor esses mundos, e a apontar as características inerentes de cada um.

Via: Space.com

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Isabela Gusmão é estagiária e escreve para a editoria de Ciência e Espaço. Além disso, ela é nutricionista e cursa Jornalismo, desde 2020, na Universidade Metodista de São Paulo (UMESP).

André Lucena
Ex-editor(a)

Pai de três filhos, André Lucena é o Editor-Chefe do Olhar Digital. Formado em Jornalismo e Pós-Graduado em Jornalismo Esportivo e Negócios do Esporte, ele adora jogar futebol nas horas vagas.