Conhecida por interpretar Daenerys Targaryen na série de televisão ‘Game of Thrones’, da HBO, Emilia Clarke revelou durante uma entrevista ao programa Sunday Morning, da BBC One, que “perdeu” parte da função do cérebro após sofrer dois aneurismas. De acordo com a atriz, os casos ocorreram em 2011 e 2013, enquanto ainda gravava a série de fantasia medieval. 

“Tem uma quantidade do meu cérebro que não é mais utilizável, e é notável que eu seja capaz de falar, às vezes de forma articulada, e viver minha vida completamente normal, sem absolutamente nenhuma repercussão. Estou na minoria muito, muito, muito pequena de pessoas que podem sobreviver a isso”, contou Clarke. 

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Emilia Clarke conta ter "perdido" parte do cérebro após aneurismas; entenda. Imagem: Reprodução/HBO Max
Emilia Clarke diz ter “perdido” parte do cérebro após aneurismas; entenda. Imagem: Reprodução/HBO Max

O que é um aneurisma? 

Aneurisma é a dilatação anormal de uma artéria. Ele ocorre pelo enfraquecimento ou defeito da parede arterial. Uma pessoa pode ter um aneurisma durante toda a vida sem que ele se rompa, no entanto, caso estoure, pode causar hemorragia interna e acidente vascular cerebral (AVC).

Na maioria dos casos, pacientes que sofrem com o rompimento de aneurismas precisam lidar com sequelas permanentes ou temporárias. Algumas situações podem ser fatais. Segundo o neurocirurgião Feres Chaddad, 50% dos pacientes que experimentam essa ruptura morrem, 25% ficam com sequelas e 25% se recuperam bem. 

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“O aneurisma causa alguma alteração quando rompe. No caso da atriz, é indicativo que isso aconteceu porque ela teve dor de cabeça súbita e intensa”, explicou o médico, que é chefe da disciplina de neurocirurgia da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), ao portal do UOL

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O especialista também apontou que essas diferenças entre pessoas que têm ou não sequelas depende da área afetada pelo aneurisma. As consequências podem ser mais perceptíveis quando ocorrem em áreas eloquentes. 

“Elas controlam movimento, sensibilidade, a capacidade de compreensão e expressão da fala, visão, funções neurovegetativas que mantêm a pessoa desperta, por exemplo”, disse o neurocirurgião. “Ou seja, ao lesar uma parte não eloquente, a pessoa pode não apresentar nenhum tipo de manifestação clínica.” 

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Apesar da maior incidência em pessoas com mais de 60 anos, o aneurisma também pode acometer pacientes mais jovens, como Clarke, que tinha apenas 24 anos no primeiro. Entre os principais fatores que aumentam o risco estão: histórico familiar, tabagismo, uso de drogas, hipertensão e traumatismos (golpes ou pancadas). 

Emilia Clarke e o aneurisma 

Clarke falou pela primeira vez sobre os traumas em 2019, em um artigo para a revista The New Yorker. Apesar de ter tido sequelas temporárias, como a afasia – a mesma que ocasionou a aposentadoria de Bruce Willis – e não ter consequências motoras (perda de movimentos), a atriz precisou passar por cirurgias e tratamentos, além de ter aprendido a se aceitar. 

“Foi a dor mais excruciante. Foi incrivelmente útil ter ‘Game of Thrones’ me arrebatando e me dando um propósito”, disse a atriz. “Eu pensei: ‘Bem, isso é quem você é. Este é o cérebro que você tem’. Portanto, não faz sentido quebrar continuamente a cabeça sobre o que pode não estar lá.”

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