Telescópio James Webb revela imagem impressionante de galáxia espiral

Foto foi feita pelo instrumento infravermelho (MIRI) do telescópio, que revelou suas primeiras imagens oficiais na última semana
Por Rafael Arbulu, editado por Lucas Soares 20/07/2022 16h04, atualizada em 20/07/2022 16h29
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Uma nova imagem do telescópio espacial James Webb promete prender a sua atenção – talvez até mais do que as cinco imagens reveladas no último dia 12 – ao mostrar a galáxia espiral Messier 74 (M74) em um ângulo bem diferenciado.

A foto, que você confere abaixo, foi compilada pelo astrônomo Gabriel Brammer, que fez o download dos dados brutos da imagem, aplicando em seguida três dos nove filtros do Instrumento Infravermelho de Média Distância (MIRI) do telescópio, permitindo uma visão inédita da região no espaço.

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A galáxia espiral M74 está localizada a 32 milhões de anos-luz da Terra, na constelação de Peixes. Ela é um dos alvos preferidos de entusiastas da astronomia devido à sua orientação: ela está bem “de frente” com a Via Láctea, como se estivesse nos encarando “olho no olho”. Desta forma, imagens mais comuns dela mostram em evidência seus longos braços em espiral.

“Vamos só ver aqui o que o James Webb observou ontem…caramba”, tuitou Brammer, que é professor associado do Centro Dawn de Cosmologia na Universidade da Dinamarca. “Estamos bebendo direto de uma mangueira de incêndio”, disse a Dra. Janice Lee, chairman do programa Cosmic Origins da NASA, mencionando uma expressão comum do idioma inglês, usada para exemplificar uma “inundação” de sensações e informações.

Uma galáxia espiral como a M74 costuma ser alvo de diversos estudos científicos, devido ao alto volume de material estelar que ela contém. Na maior parte dos casos, essas pesquisas envolvem a busca pelo entendimento de processos de formação de estrelas e pode pavimentar nosso acesso a um conhecimento maior sobre o início do universo. Alguns especialistas estimam que as estrelas mais jovens estão localizadas nos braços dessas respectivas galáxias, que normalmente têm um buraco negro supermassivo em seus centros.

A nossa própria Via Láctea também tem o formato espiralado, assim como a Messier 37 – a popular “Andrômeda” -, nossa vizinha de grande porte mais próxima.

Uma outra professora – Allison Kirkpatrick, da Universidade do Kansas – tuitou uma colagem comparando a imagem do James Webb com a imagem do telescópio espacial Spitzer. A diferença é gritante:

Todos os dados não compilados dessa imagem estão disponíveis publicamente no Arquivo de Telescópios Espaciais Barbara A. Mikulski (MAST). Boa parte do acervo do portal é livre para baixar, embora alguns arquivos tenham limitação de seis meses ou um ano.

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Jornalista formado pela Universidade Paulista, Rafael é especializado em tecnologia, cultura pop, além de cobrir a editoria de Ciências e Espaço no Olhar Digital. Em experiências passadas, começou como repórter e editor de games em diversas publicações do meio, e também já cobriu agenda de cidades, cotidiano e esportes.

Lucas Soares
Editor(a)

Lucas Soares é jornalista formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie e atualmente é editor de ciência e espaço do Olhar Digital.