O modelo do trabalho em home office trouxe maior flexibilidade para os “trabalhadores de conhecimento”, também conhecidos como “Knowledge Workers”. Porém, essa flexibilização veio com seu preço: os velhos hábitos do escritório podem nos levar a um futuro trabalhista que muitos temem.

As empresas de software, Qatalog e Gitlab, realizaram um relatório onde apontaram as desigualdades nas hierarquias do ambiente de trabalho. Além disso, afirmam que exista uma abundância de ferramentas de teletrabalho que está criando uma “cultura difundida de presenteísmo digital” que, cada vez mais, está afetando a produtividade e fazendo com que as pessoas trabalhem por mais horas.

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Um levantamento, feito com 2.000 trabalhadores do conhecimento, descobriu que 54% deles se sentem pressionados a aparecer online e visíveis enquanto trabalham em home office.

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Com o serviço praticamente realizado dentro de casa, os empregados estão se precavendo para garantir que o seu esforço na empresa seja reconhecido. Na pesquisa, foi mostrado que muitas vezes isso significa responder e-mails e mensagens fora do horário de trabalho e participar de reuniões extras.

Os Knowledge Workers estão adicionando cerca de 67 minutos em seus expedientes, aproximadamente 5,5 horas por semana. Essas horas a mais, somadas às notificações sem interrupção dos aplicativos de trabalho, estão matando a produtividade e deixando pessoas infelizes, mais estressadas e incapazes de se desligarem do trabalho, tanto de maneira física quanto mental.

Home office
Home office. Créditos: Shutterstock

No estudo da Qatalog e GitLab, um dos males do home office é a maneira como as horas trabalhadas ainda são definidas, em expedientes de 9 às 17h, por exemplo. Eles argumentam que esse método está ultrapassado e não faz mais sentido com o modelo de trabalho de hoje, já que para esses trabalhadores a tecnologia é uma facilitadora e o serviço pode ser feito em qualquer hora do dia.

Eles propõem uma solução, um modo de trabalhar no qual os funcionários possam flexibilizar o local de trabalho e também as horas trabalhadas. Dos entrevistados, 81% explicaram que essa flexibilidade de horário aumenta a produtividade e ajuda a criar um trabalho com mais qualidade.

No relatório estava descrito: “Os empregadores não podem esperar criatividade sob demanda. Colocar um quadro branco em uma sala e passar uma hora fazendo ‘brainstorming’ não garante uma produção criativa”.

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