Algumas avaliações misturadas de um dos principais sites de busca, o Wikipédia, foram consideradas no artigo um pouco distópico intitulado “Lista de Escândalos do Wikipédia”. Porém, bilhões de pessoas acessam o site com frequência e tem livre acesso a edição de suas informações anonimamente.

A maneira como o site é usado como fonte de informações seguras e como isso afeta os discursos das pessoas e suas decisões não pode ser rastreada de forma confiável. Entretanto, uma nova pesquisa tenta medir como o conhecimento é adquirido através do Wikipédia e seu poder de persuasão nos tribunais.

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Liderados pelo cientista Neil Thompson, um pesquisador do Laboratório de Ciência da Computação e Inteligência Artificial (CSAIL) do MIT, uma equipe fez uma experiência: criaram novos artigos legais no Wikipédia para observar como afetam as decisões legais dos juízes.

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Escritos por estudantes de direito, a equipe desenvolveu mais de 150 novos artigos sobre decisões da Suprema Corte Irlandesa. Metade desses textos foram escolhidos de forma aleatória para serem colocados online, onde estariam de fácil acesso ao uso dos juízes, advogados e outros do meio, nomeados de “grupo de tratamento”.

A outra metade dos artigos ficou offline e este segundo grupo de casos abasteceu a base contrafactual do que viria a acontecer com um caso na ausência de um artigo publicado na Wikipédia, sendo assim o controle.

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Telefone celular com a imagem da Wikipedia
Crédito: Shutterstock

Em seguida, analisaram duas medidas: se os casos estavam mais propensos a ser citados como precedentes por decisões judiciais subsequentes e também se argumentação nas decisões judiciais era um eco do conteúdo dessas novas publicações.

O alcance de um artigo público da plataforma aumentou as citações em mais de 20%. O argumento foi estatisticamente significativo, e o efeito foi significativamente mais forte para os casos que apoiaram o argumento que os juízes davam ao tomar uma decisão. Sem surpresa, o aumento foi maior entre comentários entre tribunais como o Tribunal Superior, e maioritariamente ausente em tribunais de apelação, como o Supremo Tribunal e o Tribunal de Apelação de Recursos.

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Os pesquisadores suspeitam que os artigos do site sejam usados mais pelos juízes que têm uma carga de trabalho mais pesada, o que torna o site mais conveniente.

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