Descobertos poços quentes na Lua que podem abrigar astronautas no futuro

Por Isabela Valukas Gusmão, editado por Lucas Soares 29/07/2022 10h20
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Imagem: Três vistas do poço de Marius Hills na lua, como visto pelo Lunar Reconnaissance Orbiter. Créditos: NASA/GSFC/Arizona State University
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Morar na Lua (ou em qualquer outro local fora da Terra) parece uma realidade extremamente distante. No entanto, isso pode ganhar um pouquinho de esperança no futuro já que cientistas identificaram poços quentes, na superfície lunar, capazes de abrigar astronautas durante as missões espaciais e, até mesmo, possíveis moradores algum dia.

Pesquisadores realizaram medições da temperatura da planície vulcânica Mare Tranquillitatis, local onde a Apollo 11 pousou, em 1969, e descobriram que os poços encontrados ali apresentavam condições estáveis durante o dia lunar (equivale a duas semanas terrestres).

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O cientista de projetos e orbitador do Goddard Space Flight Center da Nasa, Noah Pietro, declarou, através de um comunicado, que “saber que eles criam um ambiente térmico estável nos ajuda a pintar um quadro dessas características lunares únicas e a perspectiva de um dia explorá-las”.

Imagem tirada na primeira viagem do Homem à Lua
Crédito: Nasa/Divulgação

Poços quentes na Lua

De acordo com a NASA, como a Lua não possui atmosfera, as temperaturas lá podem chegar até -184 graus Celsius durante à noite. No entanto, os cientistas acreditam que dentro desses poços a temperatura pode ter uma média de 17 graus Celsius. Locais assim podem permitir missões muito mais duradouras no nosso satélite natural.

Vistos pela primeira vez através da sonda japonesa, Kaguya, em 2009, os cientistas já encontraram mais de 200 poços, mas eles ainda não sabem como essas estruturas foram formadas. De acordo com simulações feitas em computador, a suspeita é de que alguns deles levam a tubos de lava e cavernas.

Tubos de lava se formam quando a lava flui sob a superfície e o lado externo da rocha derretida esfria e se solidifica – enquanto o interior ainda quente continua fluindo. Eventualmente, a lava escoa para fora do tubo em uma direção descendente, abandonando a estrutura, chamada de “piroduto”.

Se esse fato for real, será um sinal bem promissor para as futuras explorações lunares, pois nos poços, os astronautas estariam menos expostos às oscilações extremas de temperatura, radiação e micrometeoritos que batem em tudo na superfície da Lua.

Via: Space.com

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Isabela Gusmão é estagiária e escreve para a editoria de Ciência e Espaço. Além disso, ela é nutricionista e cursa Jornalismo, desde 2020, na Universidade Metodista de São Paulo (UMESP).

Lucas Soares
Editor(a)

Lucas Soares é jornalista formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie e atualmente é editor de ciência e espaço do Olhar Digital.

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