Prós
  • Fones são confortáveis
  • Alexa atende bem, mesmo em locais barulhentos
  • Visual minimalista, a marca não grita para os outros
  • Cancelamento de ruído faz bem seu trabalho
Contras
  • Superfície sensível ao toque é sensível demais
  • App Alexa só controla os fones quando tem internet

A Amazon não é a primeira empresa que você lembra quando pensa em fones de ouvido, mas ela já vem fazendo algum histórico em áudio ao criar diversas caixas de som da linha Echo. Recentemente a gigante do varejo online resolveu apostar justamente nos speakers bem pequenos e criou os Echo Buds.

Eles não chegaram logo de cara no Brasil, mas a segunda geração sim e ela traz muitas correções para falhas e faltas presentes no modelo anterior. Os Echo Buds de segunda geração utilizam visual extremamente minimalista ao ponto de sequer deixar a marca claramente visível em lugar algum, tem formato intra-auricular muito confortável e leva até cancelamento de ruído.

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Tudo isso pode ser encontrado em um ou outro concorrente, mas a Amazon aposta na Alexa sempre presente nos fones para vender seu peixe. Será que vale a pena? Eu passei algumas semanas com os Echo Buds de segunda geração no ouvido para te contar, nos próximos parágrafos, qual foi minha experiência com eles.

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Design e estojo

Amazon Echo Buds 2ª geração (Imagem: André Fogaça/Olhar Digital)
Amazon Echo Buds 2ª geração (Imagem: André Fogaça/Olhar Digital)

Por fora, o estojo é todo preto sem brilho ou reflexo – a gente chama isso de fosco também. O curioso está justamente na falta de lembrete para o usuário e para o mundo sobre quem fabrica aquele acessório. Não existe o nome da Amazon ou de Echo Buds em lugar algum, seja no topo, nas laterais ou mesmo na parte inferior. Neste local até está presente aquele sorriso, que é o logo da varejista, mas em tinta cinza escuro e de pouca visibilidade.

Este tipo de acabamento sem nome da marca é raro, mas é um deleite. O fone de ouvido fica apenas como um fone, sem nada além disso. Eu amei. Enfim, o estojo tem formato de pílula muito parecido com os Galaxy Buds da Samsung, só que mais alto. Os únicos pontos de interação estão em um botão para emparelhamento e a porta USB-C para recarga – não existe carregamento sem fios no modelo testado e senti falta disso, mas existe uma versão dos Echo Buds com este tipo de recarga para venda com um custo extra de R$ 95.

Um LED externo faz a comunicação visual sobre a recarga e dois internos fazem o mesmo, mas apenas para indicar a carga de bateria dos fones. Falando neles, a dupla segue exatamente a mesma cartilha de minimalismo do estojo ao não ter desenho ou nome algum impresso. Na verdade o logo da Amazon aparece no mesmo cinza escuro em fundo preto, pouco visível.

Amazon Echo Buds 2ª geração (Imagem: André Fogaça/Olhar Digital)
Amazon Echo Buds 2ª geração (Imagem: André Fogaça/Olhar Digital)

O encaixe foi ótimo no meu ouvido, ficando firme logo na primeira opção de borracha. Se este não for seu caso, a Amazon ainda entrega outros três tamanhos de ponta e mais três acessórios que criam uma espécie de barbatana nos Echo Buds, para que fiquem ainda mais firmes na orelha. Este detalhe extra é essencial durante atividades físicas, fica a dica.

Os fones contam com proteção IPX4, então chuva e suor não vão danificar o conjunto em nenhum momento. O lado negativo é que poeira ou areia não estão na lista de garantias, então é melhor ter cuidado ao usar os Echo Buds na praia.

Recursos e conexão

Os Echo Buds de segunda geração são controlados pelo aplicativo Alexa, que é o mesmo utilizado pela empresa para gerenciar outros dispositivos da marca como os Echo Dot, Studio e Show, além de ligar e desligar gadgets de casa inteligente, como lâmpadas, tomadas, ventiladores e tantos mais.

Basta abrir os fones pela primeira vez para que o app Alexa pule na frente e faça a sugestão do pareamento. Depois disso aparece um problema: você precisa obrigatoriamente de conexão com a internet (seja qual for, via Wi-Fi ou 4G/5G mesmo) para controlar os Echo Buds. Sem os dados chegando ao smartphone, o acessório sequer aparece na página inicial do aplicativo.

App Alexa com os Echo Buds 2ª geração (Imagem: reprodução)
App Alexa com os Echo Buds 2ª geração (Imagem: reprodução)

Você ainda pode usar a superfície dos fones para controlar a reprodução de música e ligar o modo de cancelamento de ruído, mas só isso mesmo. Com internet funcionando normalmente, é possível ajustar a equalização sonora, ligar um modo de economia de energia que desliga a Alexa e o isolamento sonoro para aumentar a autonomia, verificar a quantidade de energia e além de encontrar os Echo Buds quando estiverem perdidos – neste momento eles emitem um som agudo.

Chamar a Alexa na rua é uma possibilidade, bastando falar a palavra de ativação “Alexa”. Ela funciona exatamente como uma Echo Dot da vida. Isso significa que você pode pedir uma música, controlar o volume e a reprodução do que está tocando, indo para coisas extras como saber a previsão do tempo, o trânsito até o trabalho, ligar ou desligar produtos de casa conectada de onde você mora, criar um lembrete, perguntar a hora e também ativar (ou desativar) o modo de cancelamento de ruído.

Eu consegui ser bem entendido pela Alexa em praticamente qualquer lugar, seja no quarto em profundo silêncio, ou no metrô com o barulho dos motores ecoando pelo vagão. Na rua com gente falando ao lado a experiência também foi ótima, mas todo mundo olha para você por parecer falar sozinho.

Música e isolamento de ruído

Chegando em música, eu senti um reforço em agudos e médios. Em sons com bateria, você escuta claramente cada parte dela recebendo a baqueta ou o pedal. Em uma orquestra também não é trabalhoso encontrar os instrumentos, mas quando eles emitem notas mais baixas, talvez você fique desapontado.

Amazon Echo Buds 2ª geração (Imagem: Mario Kurth/Olhar Digital)
Amazon Echo Buds 2ª geração (Imagem: Mario Kurth/Olhar Digital)

Se seu estilo musical é mais voltado para música eletrônica com graves elevados, pode ficar triste. É possível corrigir parte deste ponto dentro do equalizador no app Alexa, melhorando a experiência para mais públicos – que exige algum conhecimento sobre sons para entender o que está acontecendo.

A falha nos graves não é muito pesada e como pode ser corrigida facilmente, eu creio que os Echo Buds tendem a conquistar muitas pessoas com preferências musicais distintas. Se você deixar tudo no padrão e nem quiser chegar perto do equalizador, vai ficar feliz de cara quando escutar rock, música clássica, MPB e qualquer outro tipo de som que não abusa de ondas baixas.

Se a experiência musical pode ser boa para muita gente, o cancelamento de ruído deixou uma sensação de “quero mais”. Ele não é ruim, mas também não está nem perto de ser excelente. No metrô eu consigo ainda escutar claramente o barulho do motor elétrico dos vagões, mas os carros passando por perto na rua ficam bem silenciosos.

Você pode habilitar o modo ambiente ao tocar e segurar o toque na parte externa dos fones. Eu achei este tipo de interação ruim, pois a superfície de contato é extremamente sensível. Não foram raras as vezes que pausei a música sem querer, ou que avancei a reprodução ao tentar ligar o cancelamento de ruído enquanto o dedo “bateu” duas vezes sem querer.

Amazon Echo Buds 2ª geração (Imagem: Mario Kurth/Olhar Digital)
Amazon Echo Buds 2ª geração (Imagem: Mario Kurth/Olhar Digital)

Falando nele, o modo ambiente me soa mais natural. Em fones mais caros como os AirPods Pro, Beats Fit Pro e os Galaxy Buds Pro, você claramente escuta muito mais com eles do que sem os fones no ouvido, com aquele tom meio robótico em alguns momentos. Nos Echo Buds não, a sensação é realmente de tirar os acessórios do ouvido sem muita pressa. Dá pra escutar claramente cada um que fala perto ou longe de você.

Em bateria, a Amazon diz que os Echo Buds seguram firme cinco horas de música com o cancelamento de ruído funcionando durante todo o tempo, ou seis horas e meia com o recurso desligado. Eu cheguei perto disso, com 4 horas e 48 minutos para os fones reclamarem de carga e mais 10 minutos para que os dois fossem desligados automaticamente.

No estojo existem mais três cargas e 15 minutos dentro dele faz o som tocar por mais duas horas seguidas.

Vale a pena?

Sim, bastante. Mesmo sentindo falta de graves, eu consegui resolver o problema no equalizador e essa falta não chega a ser um demérito grande demais. Eu conseguiria continuar escutando música sem tocar em nada e sem reclamar da vida por isso. O cancelamento de ruído foi uma parte que me deixou menos animado, mas ele ainda é superior ao dos Beats Studio Buds, por exemplo.

Amazon Echo Buds 2ª geração (Imagem: Mario Kurth/Olhar Digital)
Amazon Echo Buds 2ª geração (Imagem: Mario Kurth/Olhar Digital)

A autonomia de bateria está dentro do esperado pela categoria e a cereja do bolo é ter a Alexa o tempo todo com você, especialmente útil para quem já tem alguma coisa vinculada com ela em casa. Perguntar as horas, a previsão do tempo ou qualquer outra coisa na rua e ainda ser ouvido com clareza me deixou feliz.

Eu só reclamo de verdade da superfície de contato para o toque com sensibilidade grande demais, junto do aplicativo Alexa não permitir o controle das funções do Echo Buds quando o smartphone está sem sinal de internet. Os fones conversam via Bluetooth, isso deveria ser o suficiente para seguir com os ajustes, né?

No Brasil os Echo Buds chegaram por R$ 854, mas não é difícil ver a própria Amazon vendendo eles por algo perto dos R$ 710 em promoções corriqueiras. Neste preço vale a pena, o conjunto vai deixar a maior parte dos usuários felizes. Na concorrência eu olharia os Galaxy Buds Pro, que tendem a custar R$ 100 extras, mas vão satisfazer mais pessoas e oferecer mais controles – por um preço maior, mas nem tão mais caro assim.

Nossa avaliação
Nota Final
8.5
  • Conforto
    10.0
  • Conectividade
    9.0
  • Design
    9.0
  • Graves
    6.0
  • Médios
    9.0
  • Agudos
    10.0
  • Recursos
    9.0
  • Isolamento
    7.0
  • Bateria
    8.0

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